ENTRE UM E OUTRO GRITO

Quem imagina um verso e não o anota

Perde a essência de seu momento

Acontece comigo às vezes o absurdo

Em passar a noite versejando solto

E após perder toda ideia remota

Ver-se por ordem todo incompleto

 

Assim são as chances que se busca e almeja

Passam coloridas pelas sarjetas

As contemplamos e deixamos seguir

Pelas horas macias das preguiçosas sestas

Esvaem-se ligeiras e jamais retornam

E se voltam talvez não venham perfeitas

 

Onde mora a palavra simples, em qual fonte

Reside também o absoluto ar devaneio

As falhas do que valha o princípio da graça

A generosidade do risco pela ventura

Loucuras do perder-se em outro dia

Porque nos sentimos frágeis e débeis

 

Esquecemos dos boleros, folhas que bailam

Ante aos ditames que desafiam um aflito

Sabor de vento doce recheado de aromas

Que afugenta os dilemas e retoma

Ao menos a vontade de novas conquistas

No silencio sereno entre um e outro grito

 

PSRosseto

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Paulo Sérgio Rosseto

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Comentários

  • Já perdi tantos poemas por escrever na hora em que a inspiração brota... Lindíssimos versos, Paulo!

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