Estréia no Japão o épico da Sailor Moon

ESTRÉIA NO JAPÃO O ÉPICO DA SAILOR MOON

Miguel Carqueija

 

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 Grandes tranças, coques, a figura de um coração formada pelo penteado e pela tiara, na testa; a gola de marinheira, a fita vermelha: Sailor Moon é inconfundível.

 

            Estreou ontem (dia 8 de janeiro de 2021), nos cinemas japoneses, a Parte 1 do primeiro grande épico de animação da história do cinema, “Sailor Moon Eternal, the movie” (A Eterna Sailor Moon, o filme). E justamente completam-se em 2021 trinta anos da criação de Naoko Takeushi, a genial desenhista e roteirista de mangás. Naoko participou da produção cinematográfica, o que garante fidelidade em relação à obra original, o arco “Sonho” dos quadrinhos originais, publicados na década de 1990.

            A voz de Sailor Moon continua sendo fornecida pela dubladora original, Kotono Mitsuishi.

            A Parte 2 deve estrear dia 11 de fevereiro, se não houver problema sanitário que obrigue a fechar os cinemas. Quanto à distribuição internacional, continua uma incógnita; mas já se fala numa distribuição pela Netflix; eu prefiro que possa passar nos cinemas brasileiros.

            Nos anos 90 foram produzidas três películas de longa-metragem da Princesa da Lua: “A promessa da rosa”, “Corações em gelo” e “Milagre no buraco negro dos sonhos” (1993, 1994 e 1995). Sailor Moon continuou na mídia, porém somente agora surge nova película para cinema — esta, porém, em grande estilo e com extraordinária perfeição estética. A Guerreira do Amor e da Justiça está mais bonita que nunca, como pude perceber nas vinhetas que já passam no Youtube.

            Se você detesta o gênero de super-heróis, por causa do caráter macabro e violento dos quadrinhos e filmes dos personagens DC e Marvel (no fundo isso não passa de lixo) veja a diferença que existe nesta super-heroína nipônica com sua equipe. Usagi Tsukino (ou Serena Tsukino na versão americana), ou seja, Sailor Moon, é uma menina doce, ingênua, romântica, amorosa, detesta violência e se compadece até dos inimigos. Seus poderes são de natureza espiritual.

 

8413234862?profile=RESIZE_400xA encantadora filha de Sailor Moon: Chibiusa, a Pequena Dama.

 

            Em “Sailor Moon Eternal” vemos claramente a luta entre o Bem e o Mal, entre a Luz, representada por Sailor Moon, e as Trevas, representadas por Neherenia, Rainha da Lua Morta, que, tendo rompido o lacre que há milênios a impedia de sair de seu reino (Lua Nova, Lua das Trevas ou Lua da Morte), agora desce à Terra em busca de domínio. Ela persegue o Pégasus, o unicórnio alado, que também adquire forma humana, e que é o protetor dos sonhos infantis. E o que será das crianças, se os sonhos infantis (a inocência infantil) cair nas mãos do Mal em estado puro?

            Aliás, Neherenia equivale a Lilith, o demônio feminino que, na lenda judaica, mora no lado oculto da Lua.

            O mundo cai sob um grande pesadelo. A escuridão se espalha. Uma rede invisível (mas avistada pela heroína, como consta no mangá dos anos 90) amortalha a humanidade. Uma infecção misteriosa se alastra.

            Mas Sailor Moon sabe de onde vem este mal, que penetra pelos espelhos e domina as mentes humanas com pesadelos.

            A luta de Sailor Moon, a Princesa da Lua Branca, é metafísica. E no auge da batalha ela chega à sua transformação final, a de Eterna Sailor Moon, não vista nas fases anteriores da saga, quando se mostra com grandes asas emplumadas, revelando ser uma anjo.

            “Sailor Moon Eternal” coloca a heroína no patamar mais alto entre os personagens tipo super-heróis ou super-heroínas. O culto à violência dos personagens DC e Marvel não pode competir em arte e mensagem com a meiga porém majestosa super-heroína japonesa.

            “Sou uma guerreira que luta pelo Amor e pela Justiça! Sou Sailor Moon, e punirei você em nome da Lua!”

 

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2021.

 

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  A Princesa da Lua Branca é uma super-heroína que chora.      

 

8413239261?profile=RESIZE_400xAmor materno e filial.

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Comentários

  • Ótima resenha,Miguel!

    Gostei de ler, li teu outro trabalho sobre Sailor Moon e, agora este. Parabéns!

    Aplausos!

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