Eu não Pedi

Ouço os sons deste mundo
Em meus ouvidos de existência precoce
Com os olhos vejo a natureza morta,
E no paladar, o escarro de minha tosse.
Mas não devo tatear atrás da porta

Voltarei em breve ao meu calabouço,
Com grades negras e feias.
E o meu riso é o conflito que ouço,
Com meu bico torto, como a ave que gorjeia,
Enquanto meu chão é um lúgubre fosso

Não é o destino que eu me pedi,
Esta tortuosa sombra escurecendo a areia.
Eu peço a Deus que me tire daqui
Que me desgrude desta pegajosa teia,
Desta dor que em minha mão espremi.

Agora já não me sinto, e na prática,
Não descerei mais as escadas
É mais fácil a morte que a moral estática.
Está na hora da partida, e não da chegada
Pois toda a tranquilidade em m'alma,
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . é trágica!

 

Alexandre Montalvan

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Alexandre

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Comentários

  • Bom dia poeta. Soberana sua arte poética 🌹. Feliz dezembro 

  • Bom dia, poeta Alexandre! Teu poema, apesar de triste, foi muito bem montado, tudo encadeado, versos bem concatenado. Parabéns. Um forte abraço. #JoaoCarreiraPoeta.

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