FÁBULA; A FRANGA ZEZINHA.

Hoje vou contar uma história que muito me emocionou e me fez refletir sobre minha vida, enquanto a escrevia.

Para escrevê-la, tive que dar vida quase que humana aos personagens dessa minha história, porém, com comportamento que nós seres humanos não temos.

Zezinha era uma ave da família carijó: um belo dia Zezinha é despertada com um som que já era de costume ouvir no ambiente em que vivia, pois ela havia sido criada em um galinheiro; o som que ela tinha ouvido antes de sair de seu poleiro, era o som de um piado meio que pedindo ajuda; ao sair no quintal Zezinha se depara com um pintinho já quase sem vida: imaginou ela que ele tivesse sido trazido pelas fortes correntes de agua da chuva que havia caído durante a madrugada.

Zezinha então acolheu aquele bebê debaixo de suas asas, e deu-lhe o que comer.

Só que, Zezinha não morava sozinha naquele galinheiro, ela tinha que contar aos pais o que aconteceu, e foi o que ela fez; após ouvirem o que Zezinha tinha para falar, seus pais lhe fizeram uma pergunta que para ela entrou em seus ouvidos como a lâmina afiada de uma espada. Eles queriam saber o que ela faria com aquele bebê, na hora ela ficou sem saber o que responder, mas logo virou-se para seus pais e lhes disse que iria cuidar dele até a faze em que ele pudesse conseguir sozinho o seu próprio alimento; seus pais de olhos arregalados, e em alta voz, disseram que não, que eles não estavam de acordo com aquela decisão, e ainda insistiram, dizendo que ela deveria levar para bem longe o Beibe, esse foi o nome que Zezinha deu ao bebê quando o apresentou aos pais. Sem saber o porquê, e sem perguntar, Zezinha acorda bem cedo no outro dia, pega o bebê e se põe a caminhar, após longa caminhada ela encontra um galpão abandonado, e ali se estalou com ele.

O galpão ficava em uma região que fazia muito frio, e vez ou outra Zezinha precisava sair para colher alimentos para eles comerem, e por isso tinha de deixar seu bebê sozinho, inúmeras foram as vezes que ao voltar ela o encontrou quase congelando, e por isso Zezinha teve uma ideia, que foi a seguinte, todas as vezes que tivesse que sair, arrancaria algumas de suas penas e as colocaria sobre ele, para que pudesse ficar aquecido até sua volta, e assim ela fez por vários dias e em todos os meses de baixa temperatura.

Com o passar do tempo, Zezinha foi ficando quase sem pena, e por isso também passou a sentir muito frio, mas ela só pensou naquele frágil pintinho, ela o colocavva sempre em primeiro lugar, e por isso entendia que ele precisava ficar muito bem aquecido, ela não se importava com seu bem estar.

Zezinha pouco dormia, e por isso estava ficando cada vez mais fraca, quase não tinha tempo para descansar, e o bebê estava demorando muito a crescer, ela já não sabia o que fazer, mas nunca pensou em abandoná-lo.

Após um longo período de calor e seca, uma nova frente fria se instalou sobre aquela região, e ela veio justamente quando Zezinha ainda nem tinha recuperado as penas que foram retiradas do seu corpo para aquecer o Beibe.

Aqui farei uma pausa para uma observação.

Nesse momento, em que escrevo essa história, fico aqui imaginando, será que existe seres humanos capazes de cuidar tão bem assim do outro? Não sei não. fica a dúvida.

Mas voltemos a história,

Dessa vez o frio chegou com muita intensidade, bem mas forte do que os meses anteriores; esse tempo foi de cortar o coração, Zezinha saía pelas folhagens naquela friagem em busca de alimento, no seu corpo só se via as feridas causadas pelas bicadas que ela mesma dava para retirar as penas que deveriam aquecer o pequeno pintinho.

A essa autura uma notícia já corria na cidade de boca em boca entre os fazendeiros, de que havia uma franga que caminhava pelas plantações, e que ela não tinha penas, logo todos se interessaram pelo assunto, e se puseram a procurara essa tal franga. Até que um dia, após longas buscas, um dos fazendeiros avista de longe um galpão abandonado, e ao adentrar nele, ele encontra num cantinho bem aconchegado entre as taboas velhas, um franzino pintinho, era o Beibe, o bebê de Zezinha; o homem que o encontrou ficou curioso ao ver que sobre ele avia algumas penas manchadas de sangue, e conversando com um amigo que acabára de chegar, ambos concluíram que aquelas penas poderia ser da franga, a mesma que se ouviu falar, aquela que caminha pelas matas e que não tinha penas.

Eles acolheram o pintinho, mas não desistiram de procurar a franga sem pena, mas essa busca foi em vão, Zezinha nunca foi encontrada, assim como também nunca foi descoberto de onde teria vindo aquele pequenino pinto. Alguns moradores da região até hoje contam essa história, uns dizem que Zezinha ainda está viva, e que volta e meia é vista pelas redondezas, eles até arriscam um palpite, que é o de que Zezinha caminha noite e dia a procura do seu pintinho, o mesmo que foi resgatado pelos fazendeiros.

Mas o fato é que, existe uma verdadeira história contada, e essa trás para nós o verdadeiro paradeiro de Zezinha.

Meses após tudo o que narrei acima...ter, acontecido, alguns rapazes afirmaram terem visto a ossada de uma ave, eles não sabiam do que se tratava, mas esse esqueleto estava lá e era real, eles disseram também que tudo aconteceu ao norte. E para terminar essa história, quero levar ao conhecimento dos leitores o seguinte fato, que é, de que, ao norte ficava justamente o lugar que se encontrava os pais de Zezinha. Sabendo disso, deixo uma pergunta, será que ela foi pedir ajuda aos pais, mas não teve tempo, ou será que ela chegou a tempo, mas seus pais se negaram a ajudá-la?

Resumo da história.

Zezinha abriu mão de sua comodidade para cuidar de quem ela nem sabia de onde veio, ta certo que se tratava de um bebê, mas ele não era seu parente; aí eu me faço uma pergunta, será que alguém é capaz de fazer isso se não tiver amor no coração? eu digo que não; aqueles que não conhece o amor, jamais estenderá as mãos para os que dela esteja precisando...
Igor Rodrigues Santos12669723884?profile=RESIZE_710x

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Comentários

  • Gestores

    Quem ajuda nem sempre receberá gratidão.

     

  • Parabéns poeta Igor uma bela narrativa. Um forte abraço.

  • Boa tarde:

    Uma saudável lembrança dos tempos idos onde as galinhas, a todo vapor, se entregavam ao amor-GALO em momentos que ele, o galhardão, fazia naquele galinheiro.

    Muita inspiração.

    Parabéns

    Abraços

    JC Bridon

    • É verdade meu bom amigo. Mas o fato é que, hoje em dia nem entre eles se pode ver esse amor.

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