Uma mistura imposta,
feita na cor do sangue,
era-me o corpo, desnudo e exangue,
como uma planta inumana e quieta.
Havia mais de mim em cada poça de lama,
não há quem consiga descrevê-las
ou diluí-las nos pequenos raios do sol,
que eram sementes nas feridas do meu rosto
e iluminavam o profundo dos meus olhos
com ferocidade e gosto.
Havia mais de mim espalhado pela terra,
que sangrava num silêncio irascível,
e no silêncio destas flores,
espantava-se minha alma confusa
com todos os horrores
de uma espera.
Mas quando tudo, tudo
for apenas saudade,
jogarei flores ao vento
e olharei o firmamento,
para poder vê-las leves a voar.
Alexandre Montalvan
Comentários
Lindos versos,Alexandre!!
Abraço
Lindo poema. Viajando nos versos.
Caro poeta:
Um sensível poema.
Parabéns
Abraços
Bridon
Que encanto de versos! Numa leveza...Adorei! Parabéns!
Bom dia, poeta Alexandre! Realmente, suas palavras, seus versos, seus poemas, são como flores aos ventos! Parabéns! #JoaoCarreiraPoeta.