Florzinha (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)
Lá vai a florzinha roxinha
Dentro do carrinho de mão
Levada pelo jardineiro descuidado
Que a arrancou do jardim...
O vento soprava suas folhinhas verdes,
Como se estivesse despedindo
Daquele lugar
Onde permaneceu por muito tempo.
Será amontoada junto ao entulho
Sem ver os amigos
Que todo dia lhe visitara:
O beija-flor, a borboleta, a mosca e a formiga.
Não mais terá a água nas raízes
Nem o punhado de terra a seus pés.
O adubo não mais verá,
Nem mesmo sentirá a tempestade nas folhas.
Aos poucos o sol lhe queimará
Secando o brilho de sua cor...
Respirará por pouco tempo
Até morrer e ser balançada pelo vento.
Então a dona do jardim
Cobrará do jardineiro pela linda florzinha roxinha.
Ele dirá que não a viu e nem mesmo sabe onde estará.
Magoada ela o demitirá
E outro, em lugar, em pouco tempo, estará.
Então o novo jardineiro
Outra florzinha roxinha plantará.
Comentários
"Magoada ela o demitirá
E outro, em lugar, em pouco tempo, estará.
Então o novo jardineiro
Outra florzinha roxinha plantará."
Lindos versos,José Carlos!
Abraço