Inicio de Portugal

Toda a história, de qualquer nação,

É também a história de seus governantes,

É construída de lendas, verdades ou não,

Das suas vidas, sonhos, medos, amantes,

De vitórias e derrotas, do poder de decisão

Que muda o destino de outros figurantes.

Cantar o sonho Lusitano é sonho meu,

Sonhando imortalizar o que a Pátria me deu.

 

Mil cento e vinte cinco, Afonso Henriques

É um jovem com catorze anos de idade,

Arma-se cavaleiro, gestos muito chiques,

Tornando-se guerreiro com liberdade,

Nobres Portugueses lhe apoiam os tiques,

Eles pretendiam algo mais, era a verdade.

D.Teresa pouca importância lhes dava,

Preferia o Galego Fernão Peres de Trava.

 

Decorre o ano de mil cento vinte sete,

Afonso VII, rei de Castela e Leão,

Cerco a cidade de Guimarães mete,

Cerco que dará azo a muita confusão.

Porquê cercar Guimarães, se repete,

D.Teresa não estava ali, porquê então?

Se era vassalagem que pretendia,

Deveria ter ido ao encontro de sua tia.

 

D.Teresa era regente do Condado,

Seu filho, apenas jovem infante.

Aquela em Coimbra se havia refugiado,

Numa estratégia de seu amante,

D.Afonso VII pode ter sido enganado,

Nunca admitindo algo tão humilhante.

O cerco, tal como as lutas, foi real,

Egas Moniz terá tido papel essencial.

 

Não terá sido na lenda do laço,

Que nunca terá acontecido na verdade,

Ele terá servido para acertar o passo

Rumo ao fim do cerco à cidade,

Pode até ter comparecido no paço,

Acompanhando o infante, jurando lealdade.

Afonso VII desejava isolar D. Teresa,

Chamando a si o apoio da nobreza.

 

Terá o Infante jogado em duas frentes,

Jurando lealdade ao seu primo,

Enquanto agrupava as Lusas gentes?

Puras hipóteses o que aqui exprimo,

Não há fontes consideradas suficientes,

Hipóteses, ideias, somente o que afirmo.

D.Afonso Henriques não tinha legalidade

Para prestar vassalagem, essa é a verdade.

 

Francis Raposo Ferreira

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Comentários

  • Mais um poema histórico para a tua coleção.

    Aplausos, Francisco, pela tua lira maravilhosa.

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