Na noite parada, pululavam sombras,
fugiam-me as horas, no silêncio, o badalo,
o cheiro do bolor era nau nas ondas,
em meu ombro caiu uma gota de orvalho.
Mãos estrebuchavam numa fúria insana,
bocas fétidas urravam como leões,
corpos despossuídos de uma alma humana,
sombras da noite parada sobre os caixões.
O vento espanta o horror sobre os seios,
neste maldizer girando em meu mundo,
no breu desta noite sem magia,
sentado em meu peito, verbalizo este conjunto
e eu, a contar cada segundo.
Nas estreitas curvas deste tempo insano,
noite sombria cheia de construções desqualificadas,
tal qual um jogo de truco enlouquecido,
jogam-se pela extinção como se fosse uma piada.
Alexandre Montalvan
Comentários
Jogar truco é tão bom, quanto beber uma dose de cointreau! Saudações do bem poeta Alexandre! #JoaoCarreiraPoeta.
O que dizer ou comentar .
Beleza de Poesia em lindos versos. Muita leveza e lindas metáforas em reflexões assertivas.
Bem, meu papel e gosto é ler mesmo sem reciprocidade.
Todos tem o livre arbítrio
Abraços fraternos prezado Poeta Alexandre Montalvan