REDOMA
Igual a quem vira páginas
Do fim ao início de um romance
Para reler emoções já vividas
Volto ao meu velho jardim.
Eu envelheci bem mais que ele
Com seus canteiros demarcados
Por úmido musgo e escura murta.
Aqui naquelas tardes de música
Dançavam todas as vozes
Dos ares das águas das árvores.
A vida não se ameaçava de mortes.
Igual ao colo de minha mãe
Aqui eu me aconcheguei
Ouvindo bater o coração do mundo.
Mas agora nesse silêncio
Dos ares das águas das árvores
Envoltas numa solidão sem alma
Que vozes dirão as tardes
Que anoitecem em mim?
(E. Rofatto)
Comentários
Todas as memórias contidas na usura do silêncio. O tempo, teu guardião, há de trazê-las todas as vezes que sentires necessidades de relembrar as efusivas vozes ao som das canções pronunciadas pela felicidade de momentos que se foram. Sim, elas voltam, em qualquer tempo, em quaer tarde, sem marca e sem horário.
Lindíssimo poema! Encantei-me!
Destacado!
Grato, Margarida, inclusive pelo destaque!
Um abaraço!
Um Poema de Excelência.Um belíssimo Poema, um Poema de verdade. É preciso saber ler, ler com atenção para absorver toda a beleza dos versos.
O Arremate dos 5 últimos versos, um deleite.
Um piano complementar de muito bom gosto.
Parabéns prezado Edvaldo Rofatto e boas inspirações sempre
ADomingos
Grato, ADomingos!
Um abraço!
Há um encanto nos seus versos, que fascina.
Parabéns, Edvaldo.
Abraços
Grato, Márcia! Um abraço!