A noite é fria... Lá fora a chuva incessante
me lembra tua ausência que chega a todo instante...
O seresteiro, indiferente à minha dor,
Solfeja notas de saudades em langor!
A canção me diz de cabelos anelados,
Longos cachos de fios prateados,
a lembrar teu rosto amado, teu corpo esguio...
São versos de queixumes, lamentos entoados,
que dentro d’alma ressoam tons magoados,
e, então, me perco num olhar distante e frio...
As mãos do artista deslizam ágeis, ardentes,
e, ao som do piano ando em voos transcendentes...
Na febre dos desejos e da insanidade,
me vejo longe, fora da realidade...
Onde estás? Que fazes doce criança?
Meu alento! Derradeira esperança!
Ah! Sorte madrasta... Incauta solidão!
Pobre vate: Inunda de dor a face ingrata,
tal qual a chuva lá fora, caindo em prata,
inunda de lágrimas a negra imensidão!
Guarapari-ES 05/01/1999
Comentários
Lindíssima poesia de excelência com um rico vocabulário. Uma reflexão preciosa em inspiração
Que a chuva seja amena e que escape a solidão nas águas da terra
Parabéns prezado Nelson
Realmente uma bela música e poema, ambos cacifados no talento do músico e do poeta. A música emoldurando uma obra de arte. Parabéns poeta Nerso. Um abraço.
Uauuuuuuuuuu! Que lindo! Tua inspiração é sensacional.
Parabéns!
DESTACADO
Um abraço