Meu Jardineirinho de Luz

Meu Jardineirinho de Luz

O sol mal despontava no horizonte quando o pequeno netinho, com seus olhos brilhando de entusiasmo, correu até a cama da avó. Puxou as cobertas com delicadeza e, com a voz cheia de energia, sussurrou:

— Acorda, Vovó! Vamos cuidar da vida!

Vovó, ainda com o rosto amassado de sono, abriu um sorriso preguiçoso. Não era a primeira vez que o pequeno jardineirinho vinha com sua missão diária. Ele continuava, como se um maestro regesse o dia:

— Dar bom dia para o dia, colocar comida para os passarinhos e cuidar das lotxinhas. Sou seu jardineirinho!

Era impossível não se contagiar com o entusiasmo daquele pequeno. A Vovó levantou, calçou os chinelos e seguiu o menino até o quintal. Lá fora, a vida já acontecia. O bem-te-vi Nina piava alegremente, enquanto o beija-flor azulão dava rasantes nas flores ainda cobertas de orvalho.

O netinho correu até o comedouro e espalhou as sementes. Logo, os pássaros começaram a se reunir, agradecendo com cantos. Depois, o jardineirinho pegou o regador, cheio até a borda, e começou a molhar as "lotxinhas" — um termo carinhoso que ele inventou para as plantinhas da Vovó.

Vovó, observando, pensou no quanto aqueles pequenos gestos representavam grandes lições de amor e cuidado com a natureza. O menino, com seu coração puro, estava cuidando da vida em todos os sentidos.

Ao final, enquanto o sol já brilhava mais forte, o jardineirinho se aproximou da avó, segurou suas mãos e disse:

— Tá vendo, Vovó? É assim que a gente ajuda o dia a ficar mais feliz.

E ela, emocionada, respondeu:

— E você é quem deixa meus dias mais felizes, meu jardineirinho.

Assim, os dois continuaram o dia, lado a lado, espalhando cuidado e alegria.

 Helena Bernardes 

Crônica em 15 nov 2024

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Helena Bernardes

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Comentários

  • Mas que lindo Vovó!!

    Amei cada sílaba lida!!

    as "lotxinhas"... encantador!!!!

    tão, tão lindo!!!

    beijos de poesiaaaa de vovó para vovó

    parafraseando Márcia Aparecida Manceboembarassed innocent

     

    Chantal

    PS: Ainda tenho uma neta que não conheço,  na California (USA)

  • Parabéns Helena pela crônica maravilhosa.Se não fossem nossos netos com suas façanhas, envelhecer seria um tédio.

    Adorei a escrita, por isso teu texto está DESTACADO.

    Um bj de vovó para vovó com gosto de neto muito amado.

    • Obrigada querida vovó Márcia! É uma alegria compartilhar estes sentimentos preciosos com você!

      Abraço carinhoso!

  • Oi Helena

    Um emocionante e inspirador conto.

    Nossos netinhos são, na realidade, nossas alegrias.

    Lembrei-me de nossos netinhos, hoje já crescidos e morando longe, nos fazem chorar pela distância.

    Uma está morando no Canadá, outro em Ribeirão Preto-SP

    Vivemos para eles agora.

    Que belo conto, Helena

    Parabéns

    Abraços

    JC Bridon

    • JC, obrigada pelo lindo comentário e também por nos contar dos seus netos. Graças a Deus estão todos bem e lavando a vida da melhor forma possível.  

      Tenho certeza que quando reúne todos, é uma "festança danada". 

      Grande abraço da Vovó Onça pra todos eles!

  • OI Helena

    Quantas recordações de nossos netinhos, hoje, morando longe.

    Uma está no Canadá, outro mora em Ribeirão Preto-SP, outros dois em Bal. Camboriú-SC e uma aqui em nossa cidade. É a que temos mais presente.

    Um belíssimo conto que nos faz recordar momentos de puro prazer.

    Quem são nossos netinhos? - São, com toda certeza, nossos amados Anjinhos.

    Parabéns

    Ótima semana

    Abraços

    Bridon 

  • Conto bonito e inspirador. Vida e cor em uma narrativa singular. Abraços

    • Lilian, querida poetisa!

      Obrigada e carinhoso abraço da Vovó Onça!

  • Ave exímia contista! Um conto de paz, de carinho, de amor prenhe de delicadez e formosura! 1 ab

    • Nelson, é uma alegria ler seu carinhoso comentário!

      Abraço, grande poeta!

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