Miragem

Há um pouco de tudo
Nos olhos que te cercam,
Nas gotas de um tempo que
Se perdem quando caem
No início da alvorada,
Há um pouco de tudo
Em uma miragem.

No teu dorso nu... escalvado,
No cheiro doce das tuas asas brancas, no efervescer da cachoeira
Não será esta a última e nem a primeira,
A ultrapassar limites
Romper fronteiras
No lento alvorecer
Das tuas ancas.

Que voem o tudo, como as gaivotas,
Nos ventos astrais,
Seivas brancas
Escorrem em gotas
Quando pousam nas barrancas.
As torrentes de orvalhos
Nas poças de lama
Adormecem como crianças.

Miragens em aparatos servidas
Nas mãos agonizantes
Visão eletrizante
De um torpor
Indolente.

Há um pouco de tudo andando
Neste início de outono
E teus olhos vão se fechando
Eu os observo sem saber como,
E eles estão
Mergulhados nas espirais
De um profundo
Sono...
Enquanto eu respiro o perfume do teu
Hálito morno.

Alexandre Montalvan

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Alexandre

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Comentários

  • Gestores

    Sabe, Alexandre, nem sempre eu consigo comentar seus maravilhosos poemas.

    Para o meu entendimento sempre há "malícia" por detrás dos versos.

    Será que estou entendendo mau?

  • Maravilhoso poema, Alexandre!

    Parabéns 

    Um abraço 

  • Exuberante Poesia. Leitura imperdível 

  • Olá Trovador Alexandre.

    Boa tarde.

    A narrativa de teu belo poema

    conta uma história linda sobretudo,

    sobre miragem. 

    Parabéns.

    👏👏👏👏👏👏.

    Um forte abraço.

    #JoãoCarreiraPoeta.

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