Não sou desse mundo
Eu não sou desse mundo
Eu não sou desse lugar
Há vinte anos tento
Mas não consigo me encaixar.
Estou perdida no meio dessa multidão de caos humano
Estou no planeta errado
Num lugar desumano
Vago por todos os lugares possíveis
E não consigo entender
O motivo de estar aqui
Para existir em vez de viver.
Estou vagando no meio do nada
E ao mesmo tempo acompanhada
Por essa gente
Que finge, sobretudo, estar contente
Ah! Eu não sou desse mundo
Não sou de lugar algum
Em todos os lugares
Procuro por semelhantes
Mas não encontro nenhum
Me sinto sozinha nesse mundo inseguro
Que planeta estranho!
Que existir mais confuso
É esse que disponho.
Aqui o ego fala mais alto
Tudo está do avesso
Não compreendo tamanha loucura
Por isso me entristeço
Aterrissei aqui por engano
Essa é a única explicação
Esse mundo é desumano
Ninguém tem amor no coração
O mundo está realmente perdido
Ou fui eu quem se perdeu?
Não consigo me encaixar num mundo
Onde o outro vale menos do que eu.
Nascimento, J., 2020
Comentários
Cara srta. Joyce:
O divórcio entre nossas idealizações e a realidade distópica desta "terra dos humanos" — a que nos vemos irremediavelmente adstritos —, com suas mazelas mil (que catalisam a geração de legiões de falsos curandeiros), realmente é dos excruciantes desconfortos que sentimos, ainda mais intenso na juventude. Mas esse desassossego também pode vir a ser o combustível para o aprimoramento, pessoal e social. Um poema grafado com a tinta da sinceridade e da empatia, como este e outros de sua autoria, é um exemplo desse bom direcionamento. Parabéns pela escolha dos caminhos.
Abraço.
j. a.
Sim. Não somos desse mundo. Pertencemos ao Céu.
Por isso é que nos sentimos estranhos numa terra de mundanos.
O sentido da sua vida?
Calma. O encontrará junto à face de Deus e nas delícidas da Vida Eterna.
Magnífica composição!
Aplausos! Destacado!
Na inspiração do poeta as palavras bailam
ao sabor dos seus mais apaixonantes sentidos
Belo momento pético, meu aplauso
Abraço fraterno
FC