Não conheço deserto exceto o da alma
Nem é imenso nem inquebrantável
A ponto de vergar junto às palmeiras ao vento
Nem denso posto que passa
Ao menor sorriso que se assemelha
Esse excedente que por vezes me toma
Jamais fora suficiente para dilacerar as entranhas
Pois fosse medir pela quantidade de areia seria uma praia
Se pela aridez do sol seria o ápice da luz
E se pelo frio da noite talvez um oásis de frescor
Esse recolhido personagem é mais grato que triste
Infinitamente mais humano que ateu
E prova sabores ainda que esses sabores
Se estranhem no profundo amargor da mente
Tento aprender a cada dia a ser bom –
Não preciso ser melhor
E dentro dessa mínima bondade
Ensino a ser intenso mesmo sendo nenhum
A vida é feita sobre a soma de palavras
Igualzinho a um poema
Mesmo muito breve
PSRosseto
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