O Coração Do Poeta

Na paz dedilhada do aconchego
Onde repousa um trôpego pássaro
Que, de vez, foi expulso do Parnaso
No primeiro ato de um deus grego.

Da mesma forma ocorreu ao palhaço
Que não trazia no semblante seu riso
Assim sendo descolorido ficou o circo
E não nasceram flores nos campos de aço.

E os rios caudalosos se tornaram perenes
As manhãs não foram beijadas pelo solar lume
A passarada, tristonha, em harmonias solenes,
Deixaram ao relento seus rebentos implumes.

Os eflúvios das rosas perderam seus perfumes
O orvalho pela relva se dissipou na madrugada
E o coração do poeta que nunca acha pousada
Lambe as feridas em outras plagas... como de costume.




Gilmar Ferreira

 

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Comentários

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  • 71432143?profile=original

    • Muito obrigado, Edith! Abraços poéticos!

  • Memorável Composição. Parabéns!

    • Agradecido pela visita, poeta Alcebíades! Um forte e fraterno abraço!

  • Nossa! Que lindo. Parabéns Gilmar.

    • Muito obrigado pela participação, poetisa Marta!

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    • Agradeço a carinhosa presença, poetisa Márcia!

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