A morte, para muitos, é um fim. Um ponto final numa história que parece interrompida, um adeus sem aviso. Mas, para aqueles que acreditam na imortalidade da alma, ela é apenas uma vírgula, uma pausa entre dois capítulos de uma jornada infinita.
Hoje, ao receber a notícia da partida repentina de uma amiga querida, voltei a refletir sobre como deve ser o despertar do outro lado da vida. Ela se deitou para dormir e, sem que ninguém pudesse prever, acordou em um plano diferente. Lembrei-me da minha mãe, cuja despedida foi tão semelhante. Naquele momento, senti o impacto da saudade, mas também a profunda certeza de que a vida não termina com a morte.
O espírito, dizem, desperta como quem abre os olhos após um sono tranquilo. Há relatos que falam de luzes serenas, de um calor que acolhe e guia. Talvez minha amiga, ao deixar este plano, tenha sido recebida por mãos invisíveis, mas amorosas, prontas para lhe mostrar que a existência continua. Não há dor, não há escuridão — apenas a paz de saber que tudo faz parte de algo maior.
Esse despertar, no entanto, pode ser confuso, especialmente quando a passagem é repentina. O espírito, ainda apegado ao mundo físico, talvez leve algum tempo para compreender que o corpo ficou para trás. Mas não está sozinho. Guias espirituais, muitas vezes acompanhados de entes queridos que já partiram, estão ali, prontos para conduzi-lo com paciência.
Para nós, que ficamos, a saudade dói como uma ferida aberta. O luto é inevitável. Choramos não apenas pela ausência física, mas por tudo que ficou por dizer, por viver. Ainda assim, a fé na imortalidade da alma traz consolo. Saber que ela não desapareceu, mas apenas mudou de dimensão, é como uma mão estendida na escuridão.
A morte não é fim. É passagem. Quem parte deixa para trás o amor que plantou, as memórias que construiu, as lições que ensinou. E essas sementes permanecem, como prova de que a vida é eterna, mesmo quando nossos olhos não podem mais enxergar.
Hoje, escolho acreditar que minha amiga, assim como minha mãe, despertou em um lugar de luz, onde a dor terrena não mais existe. Escolho acreditar que, um dia, quando for minha vez de atravessar esse portal, reencontrarei aqueles que amo, num abraço que jamais será interrompido. Até lá, vivo com a saudade e com a certeza de que, no grande mistério da existência, o amor é a força que nos mantém conectados. Sempre.
Comentários
Comovente texto. Meu pai morreu assim,e foi marcante e triste o momento. Meus sentimentos. Abraço
Helena, parabéns pelo texto! Perder alguém que amamos é muito triste, mas acredito que essa dor encontra consolo em saber que Deus a acolheu de braços abertos. A saudade ficará com a certeza de um reencontro.
DESTACADO.
Bjs
Bom dia,
minha doce e querida amiga Helena!
Que honra ser teu amigo,
mesmo há tão pouco tempo, parece décadas.
Que texto maravilhoso, prenhe de muita sabedoria.
Eu tenho minhas crenças e minha fé em
— Deus —,
me diz que se a vida fosse tão somente terrena,
não valeria a pena ser vivida,
ter escrito uma história, deixar legado, enfim,
pela fé, acredito na vida eterna,
num outro plano ao lado de Cristo.
Parabéns pelo belíssimo e sábio texto.
E um carinhoso abraço.
#JoaoCarreiraPoeta.
Ave! os Deuses da Sabedoria e da Razão te saúdam! E, a sabedoria de minha alma de milênios de anos, me diz que a razão está contigo, minha amiga. Que assim seja!
Olá Helena
Concordo com tudo que você, tão brilhantemente, mostra à todos que assim acreditam em outros mundos que a vida jamais morre, ela tem um grande plano divino pela frente.
Parabéns
Abraços
Bridon