O Jardim da Nina
Fotografei-o, enlevado,
E fico espantado
Que não tenha com apreço atentado
Às flores do jardim da Nina.
Ah, minha doce menina,
Que tanto me fascina:
Talvez seja o inverno...
Ou o longo tempo em que hiberno,
Desde que deixei o colo materno...
Mas achei os Lírios da Paz descoloridos
E comparei-os aos tempos vividos -
Felizes, muitos deles, e outros sofridos...
Então Nina, minha Monalisa, sorriu,
Com o olhar meigo e gentil,
Docemente me advertiu:
- Um deles, e já não sei qual,
Há vinte anos foi teu presente de Natal,
E tenho por ele carinho especial.
Acresceu - Vês essa solitária rosa amarela?
Não te parece tão bela?
- Se pudesse, ficaria horas diante dela...
Eu, parvo, acresci:
-As margaridas que reguei
-Que achas, Nina? E baixinho acrescentei:
Na verdade, creio que não as apreciei...
- Pedro, Pedro... - elas são Primaveras!
E ainda não é chegado o tempo delas.
Não reparaste como são singelas?
E essas flores? Imagino que as tenhas visto,
decerto,
Se tens mesmo o coração aberto:
- São as minhas Rosas do Deserto!
pedro avellar 25.07.2023
Comentários
Maravilhoso poema!!
! Parabéns pelo dia do Escritor, Pedro !
DESTACADO poeta e poesia !
Belíssimo poema. Parabéns, caro amigo. Feliz dia do escritor 🌷
Fico agradecido e lisonjeado, Lílian. Que teus escritos me encantam.