O tempo

Já não sou madeira de lei,
Bem o sei...
Quando criança, a me divertir,
Bastava uma simples bolinha de gude -
Não me preocupava o porvir...
Cresci... e ao tempo da juventude,
Me era por certo de mais valia
Valer-me da força bruta
Ah, eu não primava pela sabedoria
E rija era mesmo a diária labuta.
O tempo passou. E veio a experiência,
A me ensinar a agir com prudência!

Então, se com madeira nobre -
Seja de cedro, mogno, imbuia, jatobá,
Cabreúva, aroeira, angico, jacarandá,
Não se faz cabo de vassoura, de fato
(E a Deus por isso se deve ser grato),
Não é de se desprezar a madeira pobre -
Mesmo o mais humilde bambu -
Que em casebre se faz de telhado
E abranda a força do vento!
Que se louve, pois, toda madeira -
O pinus, o eucalipto do reflorestamento,
A utilidade da imbuia, do freixo e do guatambu,
A rigidez do cabo de martelo da nogueira
E, pelos ipês floridos, Deus seja glorificado!

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Pedro Avellar

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Comentários

  • Belíssimos versos nas comparações das diversas espécies de madeira....E que Deus sempre glorificado já que ele criou todas as variedades e todas as coisas do mundo.

    Com certeza com o tempo a maturidade se faz presente e atuante....

    Que se valorize o Bambu, sim amigo 

    Um passeio por tantas madeiras nobres..Uma aula...

    Que lindo ler seus versos, ora li umas três vezes.

    Maravilhosa Poesia e Postagem 

    Abraços fraternos Pedro Avellar 

    • Que legal! Muitíssimo obrigado, meu caro amigo!

  • Uauuuuuuuuuu,que lindos versos,inspirado poeta!

    Meus aplausos!

    Abraço

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