Hoje levantei mais cedo
para falar do trem do medo.
Não sei se faço mal, ou bem.
Já não posso guardar o segredo.
Porém, a ninguém aponto o dedo.
É um velho enredo de ameaço-ledo.
Então, procuro cumprir minha missão.
Aquela de escrever com o puro coração.
Porém, eu sinto a ameça também.
Até se me parece desastre dum trem
como deste fundo, um clarão vem,
vindo profundamente do mundo
do além, porém, com alguém
rotundo, tomando o espaço.
E a mente da gente mente;
tal qual como ninguém,
mostrando o fracasso.
Fazendo total mistura
como o alinhavo de costura,
entrelaçando o mal com o bem.
Nessa entretela coloca-se na tela
uma ossada divina e completa.
Porém, nada tem de discreta
como se fora de um atleta.
Dela se tira uma costela
fazendo-se dela a mazela;
procriação do pecado-trem.
Acho-me em elevado degredo
enlevado pelo pensamento-medo,
exaltado com o trem já imaginado.
Ele não vem de frente, vem de lado
de vermelho-sangue pintado.
Enlevo de mente levada,
demente e quase parada,
mal-educada à malcriada.
Pensando no estrago desse pecado,
forçado à descarga de privada,
fico privado e desequilibrado.
Pareço um trem descarrilado.
Na minha visão aquilina,
de duas velhas meninas,
e como velhas inquilinas
de um olhar apaixonado
por um lar assombrado,
Apesar de assobradado.
Vê-se esse bicho vir de lado.
Desguarnecida, vê de cima
duma encanecida cabeça
sem prever que nela desça
um jato, que vem do astro,
e que disto ela padeça.
É como o valor do amor,
não dá pra ser mensurado.
Isto tudo não é engraçado?
Quanta bobagem,
essa costela é a mãe
que tem a bela coragem
de se doar a gregos e alemães
e do planeta fazer a contagem.
Enquanto o trem passa;
tropeçamos no pecado.
Comentários
Magnífica Composição, Gigante Poeta... Aplausos Mil!
Obrigado, caro Alcebíades, sempre me dando forças.
Aquele abraço.
O que é Belo tem de ser Exaltado, poeta João Batista... Impressionantes são as suas Obras. Grande Abraço!
Grato, querida Marcia pelo encômio.
Bjs.
Grato, querida pelo lindo destaque.
Bjs.