Os olhos de minha mãe
Após o almoço
Reunidos na sala de estar
A família curtia a alegria
Preguiçosamente no sofá.
Na TV um jogo
Acabava de começar
Nem minha mãe e nem eu
Estávamos interessadas
Ela tirou um cochilo
Eu fiquei a observá-la.
Era um sono suave
Um suave respirar
Noventa e quatro anos de vida
E naquele momento impar
Olhando bem de perto pra ela
Fiquei triste a pensar:
Nossa como a mamãe está velhinha!
Mas esse pensamento
Durou só até ela acordar
Pois ao abrir seus olhos tão vivos
Trinta anos ficaram pra trás
E já foi se levantando e dizendo:
Vou lavar a louça
Não posso ficar parada
Preciso me movimentar!
Dolores Fender
23/05/2018
Comentários
Ah! Se eu tivesse a minha mâe... Muito, muito lindo e terno teu poema, Dolores! Aplausos!
Obrigada Marsoalex!
Obrigada querida Márcia!
Estimada poetisa. Não existem vocábulos que descrevam a importância da mãe em nossa vida. Belíssimo escrito deixo aqui um grande beijo para o coraçãozinho de sua mãezinha!