Sempre escrevo à noite, depois de longas reflexões sobre os acontecimentos do dia. Mas, desta vez, minha escrita veio de um filme. Lion – Uma Jornada para Casa não era apenas uma história comovente; era um espelho de uma realidade que eu nunca havia percebido com tanta clareza.
O que mais me impressionou não foi apenas a jornada do menino perdido, mas a estatística cruel que surgiu diante dos meus olhos: milhares de crianças desaparecem todos os anos na Índia. E, o pior, muitas nunca voltam para casa. Como é possível que um número tão alarmante de crianças desapareça sem deixar rastros?
Comecei a pesquisar. Descobri que, a cada hora, dezenas de crianças simplesmente somem. Algumas são levadas pelo tráfico humano, outras se perdem nos trilhos dos trens superlotados, outras fogem de casa por medo ou desespero. Os mercados movimentados e as estações de trem se tornam suas novas casas, onde passam a viver sem nome, sem família, sem história.
Imagine o desespero de uma mãe que vê seu filho sair para brincar e nunca mais voltar. As buscas, os cartazes, as perguntas sem resposta. A dor de dormir todas as noites sem saber onde seu filho está. Para muitas mães, essa angústia dura a vida inteira.
Mas nem tudo é silêncio e desespero. Há quem lute. ONGs como a ChildLine e iniciativas como o Khoya Paya tentam reverter essa tragédia. A tecnologia, com sistemas de reconhecimento facial, já ajudou a encontrar milhares de crianças. E existem pessoas que, como os personagens da vida real que inspiraram Lion, não desistem de procurar.
Diante disso, me pergunto: o que podemos fazer? Talvez não tenhamos o poder de resgatar todas as crianças, mas podemos ajudar a contar essas histórias. Podemos apoiar quem trabalha nessa causa. Podemos abrir os olhos para as realidades que insistimos em não ver.
E, quem sabe, se mais pessoas ouvirem esses pequenos perdidos, eles tenham uma chance de encontrar o caminho de volta para casa.
Comentários
Sim, Helena.
Podemos ajudar a comprar produtos que transmitem as imagens dos desaparecidos, como leite em caixa.
Podemos ajudar essas ongs, com doação do que for necessário.
Na Índia tem um grande problema que são nascimentos de especiais sem condições da família cuidar.
Existem casos...
Uma crônica direcionada àqueles que saem de casa e não mais retornam, pelos motivos que você tão brilhantemente expos.
Crianças desesperadas, crianças famintas, crianças sem futuro algum que muitas vezes se deixam levar por um brinquedinho qualquer, por um pedaço de pão e tantas outras coisas, que as enganam, as levam para longe de seus lares.
Enfim, caríssima, um verdadeiro martírio para quem passa por momentos assim.
Está faltando tudo, Helena.
Justiça, dignidade, respeito, amor e muitas outras coisas, principalmente ausência de DEUS.
Parabéns, uma triste lembrança do que ocorre em nosso mundo, através de sua verdadeira crônica.
Abraços
Um afortunado, fim de tarde querida Helena!
Mas, que texto belo, potente e tocante!
Helena, a sensibilidade com que você aborda o tema dos desaparecimentos
de crianças é palpável em cada palavra.
Seu texto não apenas me faz refletir sobre a magnitude dessa tragédia,
mas também ilumina a urgência e a necessidade de ação.
"Lion – Uma Jornada para Casa"
atua como um farol, revisitando uma dura realidade que preferimos muitas vezes não enxergar.
O contraste entre a beleza do filme e
a crueldade dos números que você apresenta é marcante.
Suas palavras me leva a questionar
como uma sociedade pode se perder em meio à rotina e ao descaso,
enquanto tantas vidas são tragadas pelo silêncio das estatísticas.
A dor de uma mãe que não encontra seu filho é
uma angústia que nenhum ser humano deveria experimentar,
e ainda assim,
é uma realidade diária para muitas famílias.
A menção às ONGs e às tecnologias que lutam para reverter essa situação
oferece uma esperança necessária,
mostrando que nem tudo está perdido.
Seu texto minha querida amiga me lembra que temos o poder de fazer a diferença,
seja através do apoio a essas causas,
seja compartilhando essas histórias e dando voz aos que não podem falar por si.
Seu apelo final é um chamado à ação:
Abrir os olhos, ouvir os pequenos perdidos
e ajudá-los a encontrar o caminho de volta para casa.
É um convite para que, juntos, possamos transformar o desespero em esperança,
e a indiferença em compaixão.
Saudações do bem, querida amiga!
Um carinhoso abraço!
#JoaoCarreiraPoeta.
"Diante disso, me pergunto: o que podemos fazer? Talvez não tenhamos o poder de resgatar todas as crianças, mas podemos ajudar a contar essas histórias. Podemos apoiar quem trabalha nessa causa. Podemos abrir os olhos para as realidades que insistimos em não ver.
E, quem sabe, se mais pessoas ouvirem esses pequenos perdidos, eles tenham uma chance de encontrar o caminho de volta para casa."
Poderia selicionar o texto todinho,querida
Lindoooooo!!
Aplaudo!
Beijosss
Helena
escrever a noite aumenta a criatividade poética
parabéns
um abraço
Ave, grande cronista! Tua cronica é sensibilizou-me! Grande verdade tu mostraste. boa noite
Prezada Poetisa.
Uma belíssima crônica.
Certas estatísticas não são publicadas com frequência pela mídia..De fato o desaparecimento de crianças é desesperador...Como ficam o estado emocional de quem tem desaparecidos na família...Um caos emocional.
Há também o rapto de crianças e adultos para a exploração de venda de órgãos humanos para transplante..
Outrossim, também há o desaparecimento de adultos e idosos...As estatísticas não são claras a nível de Brasil.
Os números apresentados de desaparecimentos de crianças na Índia também é desafiador pelo elevado número de habitantes daquele País. A população da Índia é a maior do mundo cerca de 1,5: BILHÕES de habitantes.
Parabéns por belíssima postagem..
Abraços fraternos amiga Poetisa Helena Bernardes
Esteja sempre bem feliz