Pacto
Vós, que ambicionais meus sonhos,
Podeis ficar sossegados,
Nem com esquemas medonhos,
Eles me serão roubados.
Vós, o que de me pretendeis,
Se nem me tenho por vosso amigo,
Vós, sei-o, só temeis
O pacto que o diabo tem comigo.
Não aceito conselhos de vós,
Somente o que me diz a mente,
Antes prefiro saber-me a sós,
Que rodeado de tal vossa gente.
Não sou melhor, tampouco pior,
Que vós que me invejais,
Simplesmente sou meu senhor,
Fugindo de vossos desejos carnais.
Sou alma, sou carne, sou só eu,
Não como vós que sois nada,
Tudo quanto tenho ninguém me deu,
Nem o ganhei numa qualquer jogada.
Não quero vosso viver,
Não quero ser vosso amigo,
Quero que todo meu sofrer
Venha do pacto que o diabo tem comigo.
Francis Raposo Ferreira
07/10/2019
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