PIRATA

Arrebataria meu barco em alto mar

De encontro a um vagalhão inesperado

 

Alquebrada, a proa soçobraria a estibordo

E suas partes desencontrariam por esse velho casco

 

Assim esfacelando blocos inteiros

Afundariam docemente entre as salgadas lágrimas

De olhares brejeiros

 

Entenderíamos que a solidão do mar

Seria bem menor que a de não amar

E que a dor de amar nada seria

Ante a ávida gula desse voraz veleiro

Inundado de saudade navegada e navegante

Por um qualquer timoneiro

Apartado de ansiedade retida sem serventia

 

Quisera atirar nesse oceano toneladas de poemas

E vê-los manchando as encostas

Escritos nas areias meladas de poesia

 

PSRosseto

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Paulo Sérgio Rosseto

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Comentários

  • 3666483?profile=RESIZE_710x

  • Belíssima Poesia, bom que não perdi esta leitura. O pessoal aqui publica muito e com extrema qualidade, impossível ler todos..

    Bem: Um lindíssimo e lírico poema onde o mar e o veleiro são as bases das valorosas metáforas impulsionadas por sentimento subtil do amor e porque não a paixão.

    Ante a ávida gula desse voraz veleiro

    Inundado de saudade navegada e navegante"

    Destaco estes versos complementares:Como leitor sinto aqui, a paixão, o apaixonado, o Amor à quem a Poesia é dedicada.

    A útima estrófe, além de linda, uma expressão de neutralidade do Poeta, quando este oferece a todos suas poesias e seu amor.

    "Quisera atirar nesse oceano toneladas de poemas

    E vê-los manchando as encostas

    Escritos nas areias meladas de poesia"

    Parabéns por mais esta obra.Paulo Rosseto

    Abraços Antonio Domingos

     

     

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