Imagem By Margarida
Por Justiça, ou por Redenção?
Naquela torre antiga, o vento geme.
Ecoando segredos de época vil.
Sombras valsam sobre pedras que tremem
Num lamentar, sombrio e sutil.
Fora outrora rainha em seu belo mundo
Agora, vaga sem direção, nem cor.
Nos olhos, um abismo sem fundo
E no peito o eco de um imenso amor.
Sacodem as velas quando ela passa.
O sino não soa e o relógio hesita.
Pois o mundo dos vivos a embaraça
Da dor eterna, que na alma habita.
Clama por justiça ou por redenção?
Não haverá ninguém a lhe interrogar.
Na noite, ouvem seus passos na negridão;
Como murmúrio querendo voltar.
Márcia Aparecida Mancebo
(Poema gótico)
Comentários
Parabéns, cara Márcia, pelo requintado poema.
Realmente me senti, desde vagando pelos aposentos dum castelo penumbroso de E. T. A. Hoffmann, aquele mestre do fantástico do século XVIII, ouvindo o uivar do vento noturno penetrando nas frestas das janelas; até às raias do desditado modernista Sá Carneiro: "Lorde que fui de Escócias d'outra vida"...
Abraço do J.
Obrigada pela visita e comentário,Jota!
Um abraço carinhoso.
Que lindeza Márcia!
Amei a imagem da querida Margarida (também quero rs)
Beijosss
Obrigada, Ciducha !
As imagens da Margarida estão no grupo da CPP. Visite para apreciar a beleza das imagens. Eu peguei de lá.
Belo poema, Márcia. Você é super inspiradora.
Fiz o mesmo com a imagem aqui, respeitando o tamanho que você escolheu.
Beijos e felicitações.
Obrigada Margarida.
Bjs
Que lindo Márcia ❣️
Obrigada,Marta!
Bjs
Ave, prestigiada poetisa! O seu poema me levou a conjecturas além da imaginação, ou, quem sabe dentro de lembranças perdidas nas brumas milenares do tempo, A história de uma rainha de tempos idos privada da vida, em solidão numa torre que se seu perdeu nos milênios, mas permanece viva no fundo da alma eterna, e um retorno ao tempo presente se deu. Me perdoe a ilação, mas achei espetacular seu poema. Um abraço.
Obrigada, Nelson!
Um abraço