Revelações da Madrugada

Revelações da Madrugada

 

Escrevo quando a noite é quase nada,

e o silêncio enche o mundo ao meu redor.

É no breu que a alma dança, só e calada,

tecendo versos, onde sou maior.

 

A lua, testemunha abandonada,

vigia o rastro de um pensar sem fim.

As horas passam, frias e paradas,

e as palavras vêm brotar de mim.

 

Na solidão que o escuro então revela,

eu busco em linhas o que sou de fato,

na insônia feita de amor e cautela.

 

É no papel que o coração me acata,

pois só na escuridão é que se atrela

meu ser ao sonho — o doce e o ingrato.

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Helena Bernardes

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Comentários

  • "Revelações da Madrugada."

    Um belo soneto.

    Helena, você é uma verdadeira artífice poética,

    haja visto ter o poder de desenhar cada letra a seu bel-prazer.

    Isso é lindo, é poético e cativante.

    É um café quentinho num dia de inverno.

    Parabéns!

    E um abraço carinhoso. 

    #JoaoCarreiraPoeta.

     

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