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Na água reflete meu rosto abatido
Olheiras inchadas de tanto chorar.
Carrego no peito o sofrer embutido
Sem ver o meu sol todo dia raiar.

Nas noites recordo os anos vividos
Meus olhos molhados eu tento secar
na aurora feliz, no passado escondido,
na brisa serena, na luz do luar.

Revejo a criança, a mulher tão vaidosa
A moça bonita tão cheia de prosa
A flor cobiçada entre todas as rosas.

Levanto o meu corpo e arrumando o cabelo
Com porte faceiro, me sinto um modelo.
Eu sigo adiante sem mais pesadelo.

Márcia A Mancebo
16/01/2021

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