Sobre as árvores

Sei que fui um “privilegiado”
Fiz parte dos que viveram a mágica
Pude ser criança quando deveria ser criança
Pude ouvir os pássaros cantando sobre as árvores

Eu vivia minha própria lógica
Cercado de canções e atenções
Ainda que sozinho estava rodeado
De sonhos tinha uma família ao meu lado

Mas o mundo trouxe suas angústias
E aos poucos conseguiu infiltrá-las
Enquanto dormíamos contaminando-nos
Com o cinismo e tornando-nos aceitáveis

Sim as mudanças eram necessárias
Deixar a infância para trás
Despertar a vida adulta
Ser apresentado às depressões e frustrações

Mas não podemos deixar que a nostalgia
Nos mantenha reféns da ilusão do ontem
Devemos retomar nossa própria lógica
Questionando quem somos nós hoje

Entender que o que chamávamos de magia
É acreditar que podemos mudar esse mundo
Transformando o que somos por dentro
Tendo a certeza que podemos ser ainda aqueles pássaros
... alegres brincalhões e felizes...

Fiquem com Deus

 

Carlos Correa

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Comentários

  • Excelente Composição.

    Saudades, porém a vida que segue...

    Aplausos!

  • Bons tempos de criança, infelizmente nos dias atuais o mundo infantil está contaminado de "adultices" 

    . Belo e reflexivo poema. Parabéns!

    • Bom dia Jennifer, verdade, deixemos as crianças serem apenas...crianças. Te agradeço, fica com Deus.

  • Acredito que a essencia dos primordios não morre quando a maturidade chega e ametaforfose se torna evidente ao longo do tempo.

    Aplausos pelo belo poema.

    Parabéns!

  • Que lindo, Carlos!

    Crescemos, nos tornamos adultos, mas se formos analisar bem a fundo aquela criança de ontem permanece em nós.

    Parabéns!!!!

    Abraço

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