Soneto Surreal

Quantas vozes na lassidão se ouviam
que falavam das vontades do corpo,
mas era o mesmo coração que batia
bem lentamente no corpo de outro.

Era a vertigem de não ser alguém
em um sentimento de cruel ironia.
O corpo se violava aqui e no além,
almas que flanavam e o corpo arrepiam.

Vivia na patologia do absoluto,
um encarcerado implorando seu indulto,
vermes verdes se contorcendo no quintal.

Um disforme pomar cheio de frutos
eram negros como a ponta dum charuto.
Na sala de espera, a atmosfera surreal.

Alexandre Montalvan

 

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Alexandre

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Comentários

  • Gestores

    Incrível. Eu reli, inclusive as entrelinhas.

  • Belo soneto, Alexandre!

    Parabéns 

    Um abraço 

     

  •  

    Parabéns! Adorei o seu soneto!

  • Olá Bardo Alexandre.

    Teu soneto é realmente transcendental.

    Versos pulquérrimos

    e sutilmente eróticos dançam elegantemente,

    em cima do tabuleiro poético e literário.

    Parabéns.

    👏👏👏👏👏👏.

    Um forte abraço.

    #JoãoCarreiraPoeta.

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