Eu não espero ser aquilo que escrevo,
palavras frias num pedaço de papel.
E não aponte contra mim o teu dedo,
pois até os demônios foram gerados no céu.
Este caos de minha alma é meu segredo,
escrevo nas entrelinhas com pincel
a maldição que me cerca — e sei, não devo
expô-la nas palavras sem algum véu.
Estar quebrado martiriza e dá medo,
traz para mim noite insone e sem sossego,
então, jogo minha alma a um amargo léu.
Nuvens escurecidas são o que eu vejo,
e a poesia é meu suporte, meu apego:
sou um cego que pede esmola sem chapéu.
Alexandre Montalvan
Comentários
Encantada te aplauso,Alexandre!
Abraço
Parabéns Alexandre, pelo belo soneto, um forte abraço! #JoaoCarreiraPoeta.