Sonhos
Sonhos, quem os não tem,
Nunca soube que era sonhar,
Que tal não diga ninguém,
Algum sonho estará a olvidar.
Sonhei quando era criança,
Protegido na minha ingenuidade,
Meu pai alimentava a esperança,
Escondendo-me a verdade.
Eram tempos de dureza,
Eu sonhava ser um campino,
Meu pai, com firmeza,
Alimentava meu sonho de menino.
A idade foi avançando,
Agora sonhava ser campeão,
Meu pai continuou apoiando
Toda aquela minha ilusão.
Surgiu então a escola,
Sonhava-me ilustre orador,
Pegava na minha sacola,
Soletrava poemas de amor.
Nessa altura surge o primeiro,
De alguns de meus amores,
Sonhei-me ilustre cavalheiro,
Rodeado de afamados doutores.
Sonhei com a menina bonita,
Perdi-me tão apaixonadamente,
O amor fez-me uma finta,
Sonhei e sofri em adolescente.
O amor revelava-se traiçoeiro,
Deixei-me cair em sono profundo,
Sonhei ser valente marinheiro
Viajar, correr todo o mundo.
Sonhei ter uma namorada
Em cada porto visitado,
Conquistei pouco, ou nada,
Ficava logo apaixonado.
Sonhei uma boa vida,
Ao lado de uma bela mulher,
Sonhei-me até de partida
Para outro lado qualquer.
Fiz as malas e parti,
Por outros mundos andei,
Sonhei voltar aqui,
Nunca desisti e voltei.
Sonhei lindo casamento,
Sonhei filhos de encantar,
Deus me deu tal contentamento,
Porque nunca deixei de sonhar.
Francis Raposo Ferreira.
11/10/2019
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Aplausos de pé!
Bjs