Tabernáculo

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Vivemos segundo nosso arbítrio, 
Presos aos grilhões da mortalidade, 
Na esperança da ignota imortalidade, 
Sob penitências finitas da alma, 
Preço dos sonhos ao penoso fardo, 
Contrição aflita presságio da morte. 

Lá fora há um dia calmo, 
Trazendo em si também a tempestade, 
Um oásis com todos os seus perigos, 
Sorrindo aos prazeres nele contido, 
Na imensidão dos prelúdios inusitados, 
Soprando em várias direções. 

Não importa o modo ou a forma, 
Neste imbróglio de tantas solidões, 
Arrastando corações que se perderam, 
Correndo atrás da sedutora ilusão, 
Camisas de força aos loucos atrevidos, 
Surrando a própria vida em seus exames. 

Tantas vozes sem vozes em si, 
Gesticulando ao vazio de seus nadas, 
Vestidos de reis e rainhas, 
Príncipes e princesas de castelos falidos, 
Abraçados ao túmulo da nobreza, 
Espelho de suas pobrezas estupefatas. 

Quando ruírem suas casas de vidro, 
Sairão correndo sem nada entender, 
Sem perceber a lança em seus peitos, 
Ardendo ao fogo da desgraça, 
Progenitora dos vícios inconstantes, 
Cadinho do mundo em conta-gotas. 

Há tantos sem teto em mansões, 
Errantes em seus labirintos intangíveis, 
Zombando dos ricos palácios dos pobres, 
Já condenados sob um único olhar, 
Apedrejados pela soberba língua, 
Repleta dos nós de suas quedas.

Sirlânio Jorge Dias Gomes

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Sirlanio Jorge Dias Gomes

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Comentários

  • Lindíssimo poema, teu lirismo é impressionante.

    Não sei fazer arte em movimento, se não iria fazer este teu poema.

    Parabéns Sirlânio. Adorei.

    Destacado.

  • Muito lindo e profundo seu poema, Sirlânio!

    Faz bem meu estilo também esse tipo de poesia.

    Amei! Bjs.

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