Ensinei minhas mãos teimosas a pouco se verem
Às vezes encontram-se, revezam
Condecoram, aplaudem, e retomam seus lados
As minhas mãos pouco sabem uma da outra
Ainda mais quando advertem, apontam, condenam
Cumprimentam, auxiliam ou dão adeus
– Aprenderam a gesticular sozinhas
Porem mantem uma incrédula cumplicidade de energia
Ajudam-se obvia e espontaneamente para segurar uma barra
Desatar algum nó, pontilhar a viola, carregar emoções
Destravar as janelas, encontrar os rumos
Estão é verdade repletas de solidariedade
E assim convivem debulhando situações interceptadas
Pois até quando minha mente se põe em oração
Unem-se e necessitam dessa união
Mas não se leem
Independente de onde meus pés andem
As minhas mãos precisam ser lidas por minha vida cigana
Enquanto isso folheiam livros e escrevem historias
PSRosseto
Comentários
Bravo!
Abraços
Belo texto.
Aplausos!