Confundi a lua com a noite,
Tal era era sutileza do meu pensamento,
Como um trem quase sem destino,
Beijando as paisagens sem conhecê-las,
Sem saber ao certo dos teus segredos,
Amontoados em algum canto de tais paragens.
Cada olhar deixava um tom de despedida,
Imaginado os sonhos do coração desconhecido,
Guardados nas casas a beira do caminho,
Quase na velocidade do vento,
Embriagado de visões taciturnas,
Brindando a vida num cálice de amargura.
Há muito do outro lado,
Estradas e labirintos ociosos,
Uma viagem de amor e ódio,
Refeito sob as ondas do tempo,
Malandragem da paixão incompreendida,
Rindo-se entre as lacunas dos meus hiatos.
Desejo mais além do arco-íris,
Exatamente aquilo que de mim se esconde,
Entre as paredes do meu quarto,
Muro das minha lamentações noturnas,
Redesenhando minh'alma a cada segundo,
Contraponto da minha vida em flashbacks.
Sirlânio Jorge Dias Gomes
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