Um Natal no Agreste
- Olá, Senhor. Me chamo Severino
Dês que nasci, desde menino...
Mas por que me olhas calado?
- Teus pés nesse par de alpercatas
Certamente estão calejados,
Que o chão catingueiro maltrata.
E a mulher, nesse burrico,
Encostado no pé de angico...
Humm, me parece tão fraquinha -
Está prenha a pobrezinha?
Pois sofre, com cara de dor...
Diz vosmecê: como posso lhe valer?
Desembucha, homem, sem temor...
Antes desse bebê nascer.
- Ah, meu Senhor, sois bendito
Que estamos sim, em apuros
E já me desesperava, aflito.
Viemos de distante lugarejo,
Mas a cidade anda em festejo,
Sem pousada por entre os muros,
E não temos abrigo onde ficar.
Uma gruta, um paiol, uma estrebaria...
Podeis, Senhor, nos ajudar?
Eu me chamo José. E ela, Maria!
O caboclo do agreste, comovido,
Os guiou então pelo chão batido.
E foi assim que na caatinga singela,
Em meio à seca, em pleno sertão,
Maria e José se abrigaram num grotão.
Era uma noite iluminada, tão bela...
E nasceu o Menino, na madrugada.
De pronto, as faces coradas, chorou!
E a jovem mãe em trapos o enrolou
Na cama de palha improvisada.
E exclamou, em meio a tanta luz:
- O menino será nosso Salvador
Inda que eu sofra imensa dor.
Vamos dar-lhe o nome de Jesus...
As estrelas brilhavam, tão gentis:
Foi deveras uma Noite Feliz!
by: pedro avelar
Comentários
Maravilhoso poema!
Eu coloquei o texto porque fica mais fácil para a leitura.
Feliz ano novo Pedro!
Muito grato, Edith.
Belíssima mensagem de Natal em Poesia de Excelência.
Muita inspiração... Viva Jesus nos corações.
Abraços de Antonio Domingos
UAU...
HEMOcionante... NOSSOS CALOROSOS APLAUSOS!!!
Ah... - Para os que talvez não saibam, para ASSISTIR a inspiração do Poeta pedro avellar (com 2 "ll")
BASTA CLICAR acima ou ao logo adiante nesta linha em ||| Um Natal no Agreste.pdf |||