Valha-me meu corpo!
É teu... O não sentir que se aproxima,
O sono eterno na noite fria.
Valha-me que te pego a tremer.
Como me treme a mão ao escrever
Esta poesia.
E a todos meus sentidos que se esvaem
Como a não filosofia de um delírio
Aos mortos que me tocam o pensamento
Valha-me que te sinto. Oh! Frio.
Como a lamina que sibila
E que traz as minhas costas
Um arrepio.
Sol oh! Sol
Volte a brilhar em minha vida
Teu farol sozinho
Irá afastar a noite
Que me constrita
Ao teu calor poderei voltar a amar
E tua luz
Vai iluminar o meu caminho
Sol oh! Sol
Faça-me sentir o ardor da brisa
Pois a cada uma das minhas madrugadas
Neste sepulcro que se aproxima e me exorciza
Eu morro mais um pouco
Entre as sombras que voam alienadas
Ao ouvir meu grito rouco
Sol Oh! Sol
Amiúdam-se os risos
Neste cais de tantos versos
É preciso todo encanto
Perder-se no improviso
Quando a madrugada vai morrendo
E o dia na noite esta imerso
Sol oh! Sol
Dê-me a dor que me deixou tão de repente
Porque dela eu tiro a vida
E por mais que preterida
É na propria dor que eu curo
Minhas feridas
Alexandre Montalvan
Comentários
Fabulosa poesia. Encantada, Alexandre.
DESTACADO.
A Lilian tem razão um belíssimo poema.
Caro Alexandre
Belo e sensível poema.
Parabéns
Abraços
JC Bridon
Poesia exuberante.. felicitações 🌷