Irmãos caríssimos, ouçam-me, suplico:
Não farei pregação, nem crítica, admoestação,
Nada tenho a reprimir – hoje só devo somar.
Mas o tempo urge, que – não o notaram ainda? –
Se esvai, célere como nunca, fatal, inevitável
Como a água que escorre pela mão.
Sabem do mal, já suportam privações
E se isolam uns, outros não, muitos mais se vão...
Alguns se alarmam e há os que se recolhem,
Trocam mensagens, e dormem,
Crentes que a vida seguirá adiante, dizem -
- É o que na história sempre se repetiu!
Ah, irmãozinhos, o passado se foi
E o mal, a maldade, a tragédia de hoje
Vai, é certo, se tornar uma nova história
Que no futuro se contará nas escolas,
Tal qual as pragas da idade média,
Hoje, distantes, narramos.
Estou aflito. Pela família, pelos filhos,
Os amigos, as crianças, os velhinhos,
Os que são felizes, e os que não o são,
Os ricos e os pobres, os desempregados,
Os que se realizaram. E os que amiúde sonharam.
Devo, pois, parar, repousar, meditar,
Contemplar nossa gente mais de perto,
Honrar o que me cumpre viver,
E orar – por mim, pelos meus, por vocês.
E nunca andaremos sozinhos!
pedroavellar – abril/2020
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Comentários
Muito grato Angélica.
Excelente! Parabéns e meu abraço
Muito grato, Lilian.