Vestido rasgado

A noite aos poucos se torna madrugada
Algo entre ruas cheias e ninguém nas calçadas
As bolas de papel amassado são como estrelas
Espalhadas no chão escuro perto de minha janela

A maresia vem em ondas molhando meus olhos
Enquanto os lábios ficam a cargo do Bourbon
As folhas em branco algumas sujas de molho
São o que me separam do calor de meu edredom

Valem mais como distração do que tentativas
Uma delas resistiu a morte se prendeu à minha mão
Rasgando-se como a vez que de forma expressiva
Rasguei seu vestido extravasando toda minha paixão

Coloquei-a sobre a mesa escrevi sobre suas linhas
Como o fiz sobre as curvas de seu corpo rendido
E enquanto as ruas estavam vazias fazia você só minha
Das linhas tirei uma poesia do vestido rasgado um gemido

Deus por abençoe os corvos da madrugada
Carlos Correa

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