Violência que desatina, em desordenada rima...
No barraco frio, quase madrugada,
Sem a luz do sol, sem a vida plena,
Nalva suspirou... os olhos vermelhos
Pelo clarão das chamas no fogão.
Já não havia paixão, só temor,
Muito choro contido, e frustração;
Inchaço no rosto e a dor da agressão.
Jurou a si mesma, naquele instante:
O Sebastião nunca mais bate em mim.
Mas se enganara – meu Deus - bateu sim:
Foi surra atroz. Foram golpes sem fim.
Nalva, que há muito tempo suportava
Tortura, espancamento e humilhação,
Em estatística se transformou...
pedroavellar
Homenagem ao 08 de março de 2020
. . . P
Comentários
Caro Pedro
Todas as estatísticas são desastrosas para o Brasil... Infelizmente tudo isto afeta covardemente os mais necessitados.
Cerca de 4.000.0000 de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza......48% da população baiana vivem em moradias de risco.....
Seu poema é valoroso, poético dentro da temática.
Parabéns
De Antonio Domingos
Triste verdade, Antonio. Há muito a fazer neste pais.
Muito grato.
Mais uma vítima de uma lei que só funciona no papel!! Belo texto! Parabéns Pedro!
Grato, Angélica. A lei em si não é ruim, acredito.
Falta educação, em especial, para o combate à desigualdade.
Tudo de bom.
Triste que esta estatística esteja cada vez maior. Belo texto. Parabéns. Abraço
Verdade, Jennifer. Fui por muitos anos Defensor Público no Júri, ainda antes da Maria da Penha.
Atuei em alguns casos de violência doméstica contra a mulher.
Mas os níveis atuais são preocupantes e mostram que muito há a fazer, especialmente na área da educação.
Muito grato.