Porque ficar aqui?

Se não tenho o teu olhar pra mim enfeitiçar,

Se não tenho o teu sorriso pra mim fazer sorrir,

Se não tenho o teu amor pra me amar,

O que estou fazendo aqui?

Porque ficar aqui?

Se no amanhecer não te tenho como companhia,

Se o teu café não tem mais o sabor do teu beijo,

E o teu desejo, secou, esvaiu-se,

O que estou fazendo aqui?

Porque ficar aqui?

Se teus presentes que eram presentes, sumiram,

O nosso luar, a lua não brilha mais, o prateado se escondeu,

E o meu medo, de te perder, você aguçou,

O que estou fazendo aqui?

Porque ficar aqui?

Se em teus pensamentos, eu não me acho,

Até acho, que um novo amor, você conquistou,

Sofro minha dor, você simplesmente me deixou a solidão,

Não fico mais aqui, um novo amor, vai socorrer meu coração.

Ricardo Sales.

Apenas uma Rosa... Solitária.

Uma Rosa... Não importa a cor ou o perfume.

A Rosa... Sempre será uma Rosa.

Ricardo Sales.

Teu nome lembra saudade,

Talvez sonho ou realidade.

Teu nome lembra vaidade,

Talvez mentira ou verdade.

 Teu nome lembra vontade,

Talvez mel ou pecado.

Teu nome lembra felicidade,

Talvez presente ou passado.

Teu nome sempre me faz lembrar,

Pra que jamais esqueça de te amar.

Ricardo Sales.

Eu te olhei,

Como se fosse o meu último olhar,

Você me olhou,

Por alguns instantes,

Nós nos olhamos,

 O infinito deste momento,

Que durou este encontro mágico.

Hipnotizado, calado e estático,

Procurei no ar o teu perfume,

Ele estava invisível ao meu olfato,

Imaginei você de outra forma,

Só assim o sentiria,

Só assim você seria minha,

Só assim seria feliz.

Mais você se foi,

Sumiu na multidão,

E o teu perfume não senti,

Não sei nada de sua fragrância,

Apenas ficou o momento da emoção,

E tua imagem como uma Deusa,

Ficou presa em meu coração.

Ricardo Sales.

Tarde lenta,

Céu nublado,

Sol escondido,

Leve brisa,

Cerveja gelada,

Zeca Pagodinho,

Minha tarde predileta,

Sou mais um,

Sambista de primeira,

Sou Martinho, o da Vila,

Minha lembrança de menino.

Seu Tiago me ensinou,

Sou Botafogo, sou Nacional,

Moro no rio, o Rio das Amazonas,

 Tabatinga minha terra natal,

Terra da madeira,

Também da borracha,

Deus tenha piedade da Malásia,

Tirou-nos nossa riqueza,

Mais nem por isso somos pobreza.

Dizem que sou poeta,

Mais apenas construo textos,

A dona Ermelinda me benzeu,

Não me envergonho do que sou,

O sonho prevaleceu,

O dom, Deus me deu,

Sigo construindo cada obra,

Lembro-me a cada hora,

Sou pai, avô e marido,

Sou verso e prosa, sou a poesia,

Sou infinitamente feliz.

Ricardo Sales.

Mulher,

Tens o poder da criação,

A divina inspiração,

De conceber em tua pureza,

Neste sagrado ato,

Um ato de amor,

De emoção.

 Mulher,

Foste à escolhida,

A mais perfeita criatura,

Para que seja a eterna,

Fonte inesgotável da criação,

Bendita seja tua áurea cristã,

Com a benção de Deus,

Te fez MÃE.

N.A: A minha filha Katyúscia, enquanto grávida.

 Ricardo Sales.

Nasci ontem,

Hoje estou vivendo,

Passivo, a vida me ver passar,

E morrerei amanhã.

Bem de manhã,

Não haverá vozes,

Apenas o dia por fitar-me,

E o sol por aquecer-me.

Do silêncio, a arrogância,

Do último suspiro de um velho,

Que no alvoroço da despedida,

Viu-se moço.

Apenas a luz como testemunha,

E a alma como companhia,

Que logo órfão do meu corpo,

Este inerte, pra sempre ficará.

Caminharei solitário,

Por entre o véu das estrelas,

E minha revigorada silhueta,

As nuvens irão moldá-la.

Ricardo Sales.

O que seria de mim,

Sem você em meus pensamentos,

Não mereceria um por do sol mágico,

Espelhando seus lindos reflexos,

Em uma brilhante lâmina d’água,

Eu, usufruindo o milagre da natureza,

Só para tê-la em minhas lembranças,

Carente de tua fiel companhia,

Transporto-me a sua presença,

E não me vejo, por ocaso,

Se não, ao teu lado,

Para sempre...

Ricardo Sales.

Vejo-a entre nuvens esparsas,

Tens silhueta esguia e sinuosa,

Como num quadro em que o artista,

Num sopro de divina inspiração,

Tal qual minha mente pintou,

Em uma sublime deusa a transformou.

Tua imagem angelical de beleza incomum,

E teu corpo provocante e excitante,

Suavemente adormece em minha mente,

E dela faz tua infinita morada,

Para que sempre que a saudade,

Caminhar por meus sofridos pensamentos,

Eu possa a toa te encontrar.

E resgatar para que em fim como bálsamo,

Aliviar minha sofrida dor,

Por não te ter a ponto do teu calor,

Em minha pele docemente entranhar,

E um só perfume nossos corpos a exalar,

Como sina de um amor que em meus pensamentos,

Sempre em devaneios vadios, perpetuará.

 Ricardo Sales.

Sinto teu inconfundível cheiro,

A brisa parceira me traz,

A rosa com saudade exala teu perfume,

A lua, triste, emoldura tua figura,

Eu, desolado, desnudo tuas lembranças,

Você habita minha mente, infinitamente.

Teu cheiro afloram meus desejos,

Atônico, sofro tua ausência,

Suplico inconsolável tua presença,

Que seja, apenas em pensamentos,

Mais que alivie minha dolente dor,

E este cheiro faça morada em uma flor.

Ricardo Sales.

Estou só...

Ouço meus próprios murmúrios,

Lastimo as minhas lamúrias,

Só me resta às sobras,

Sou mais um, hipócrita,

Despercebido, ninguém me nota.

Fico bisbilhotando cada passo que passa,

Ouço suas mentes, penso...

Em que mundo eles estão?

Não, não é sonho,

Deixei de sonhar,

Sou expectador desta vida.

Logo vem o entardecer,

E assim, o tempo me ver passar,

A noite logo vem me envolver,

Seu manto escuro me apavora,

 Meus medos de ontem,

Ou talvez os de amanhã, afloram.

Pra não sentir mais meus medos,

Quem sabe, criaria asas e voaria,

Seria talvez um anjo,

E a liberdade de cada um, zelar,

Ou da minha própria, sei lá.

Lá de cima,

Vejo-me solitário das minhas incertezas,

Sentado em um muro qualquer da vida,

Me pego esmiuçando meus segredos.

Quem sou eu? Louco talvez? Quem sabe?

Pra tirar-me desse desassossego,

Lá do íntimo do meu arremedo,

Nunca mais meus desmazelos,

E minhas decadências.

Sóbrio, volto de onde estava,

Pra onde nunca deveria ter ido,

Mais quem sabe um dia eu volto pra lá.

Por quê? Pra quê?

Não sei...

Ricardo Sales.

O encanto cristalino das cores dos mares,

Teriam apenas o azul, um azul formal,

Mais o azul e o amarelo em associação,

Formam um pacto e a aliança das tres cores,

Nasce o verde, o milagre dessa união.

Nossos olhos ao fitarem o infinito,

Apenas visualizamos o azul,

Mais ao voltarmos nossos olhos a floresta,

Avistaremos o verde, na imensidão,

Sem estas cores, o que seria de nossa visão?

As inspirações de nossos artistas passam pelas cores,

São elas que determinam a beleza visual e o padrão,

Transmitem a essência da alma,

A harmonia como sinfonia das cores,

E transcende o espírito inovador de cada artesão.

Nossas vidas estão ligadas a essas cores,

Sem o verde, o amarelo e o azul,

A plenitude de tudo que nos cerca, seria inepto, sem emoção,

Não teríamos o arco íris, um símbolo universal,

E nem a magia das cores que alimentam nossas visões.

Ricardo Sales.

Em lágrimas um nordestino sofredor,

Um desespero sem pudor,

Braços estendidos em súplicas,

Ó Deus! Porque tanta dor?

Um céu em brasa fustigando,

Um nordestino em prantos,

Pés descalços em lamento,

Terra seca queimando.

Lágrimas molhando o chão,

Incertezas que virão,

E a chuva? Não há de vir não?

Porque não cai uma gota neste chão?

Foram tantas as rezas,

Que a fonte secou,

Nada mais resta,

A não ser um deserto, estéril e sem cor.

Um nordestino em desatino, triste destino,

De quem a sina, ensina-te,

Que o lamento, é tua esperança,

E teu choro, teu acalanto.

Mais Deus, não resistiu às preces e tanto insistiu,

Que a tua espera, fosse à divina inspiração,

E como magia, fez-se o milagre,

A chuva molhou todo o sertão.

Ricardo Sales.

Hoje quero te chamar apenas de meu amor,

Ser teu escravo e teu senhor,

Aconchegar-me no leito do teu corpo,

Tão meigo, gentil e sedutor.

Hoje te quero deusa e carinhosa,

Feito uma tímida menina dengosa,

Exalando cheiro de pecado, pura sedução,

Como dois ímãs, uma só paixão.

Hoje te quero como um desejo sagrado,

Avidamente absorver teus medos do passado,

Vibrando como louca canção, sem noção,

Obstinado amor, este com razão.

Hoje quero teus íntimos afagos,

Ir muito além dos nossos laços,

Perder-me feito louco em teus braços,

Depois, adormecer exausto em teu cansaço.

Ricardo Sales.

O meu sorriso...a tua felicidade.
O meu choro... a tua melancolia.
O meu abraço...a tua alegria.
A minha voz...o teu encanto.
O meu afago...o teu conforto.
O meu beijo...a tua vontade.
O meu desespero...o teu sofrimento.
O meu amor...a tua esperança.
O meu cansaço...o teu sossego.
A minha ira...a tua raiva.
O meu destino...a tua estrada.
A minha viagem...o teu tormento.
A minha despedida...a tua tristeza.
A minha morte...as tuas lágrimas.
A minha ausência...a tua saudade.
 
Ricardo Sales.

Sou andarilho do espaço,

Sou um exuberante beija-flor,

Plumagem intensa de arco-íris,

Faceiro, vivo sempre a voar,

Sorrateiramente, vagando pelo ar.

Vou em busca do meu néctar,

O néctar que Deus abençoou,

Saudável, energético, salutar,

Só nas flores posso encontrar.

De flor em flor...

Sou um livre colibri,

A procura de jardins, seja aonde for,

O meu predestinado destino,

É flertar com cada flor.

Sou um exímio colonizador,

Não tenho nacionalidade, nem fronteiras,

Polinizando pólen entre elas, fertilizando-as,

Cultivando feliz, lindas roseiras.

Ricardo Sales.

Queria sentir minha dor,

Não a dor física,

Mais a dor de amor do coração,

Queria sentir a mágoa e o prazer,

Queria ousar te ter,

Pra que meus devaneios,

Alheios aos teus olhos,

Descubra em mim tua imaginação,

Pra que eu possa enfim,

Sentir a dor da emoção.

Ricardo Sales.

Teu rosto sorriu,

Eu vi a luz,

Que o teu sorriso produziu.

Teu sorriso,

Uma alegria a germinar,

Radiante, vi o amor te chamar.

Teu riso, uma felicidade,

Um amor a compartilhar,

Vem, vem, quero te amar.

Estou carente, vem sorrir,

Vem quebrar este encanto,

Vem ser meu acalanto.

Sorria, me deixe fascinado,

Seja minha única estrela guia,

Sorria, sorria, sorria.

Ricardo Sales.

A tarde esvai preguiçosamente,

O dia teima em não acabar,

Uma flor começa a brotar,

A magia da vida se faz contaminar,

Outra rosa nasce para amar.

A vida é como um quebra mar,

As ondas vêm e vão,

São marolas revigoradas,

Elas dão vida ao mar,

A tarde e o mar vão namorar.

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Ricardo Sales.

A vida que gera,

É a vida que nasce,

É a vida que vive,

O dia a dia da vida.

A vida anda,

A vida corre,

A vida tropeça,

A vida levanta,

E isso faz da vida,

A vida da gente.

A vida, cria da vida,

E isso nos torna vida,

É a rotina da vida,

É a vida que leva,

Ao longo da vida.

A vida, jamais terá vida,

Se a vida simplesmente,

Ser largada a esmo,

A sorte da própria vida.

A vida, vive a vida,

A vida nosso suporte,

Às vezes sufoca,

Às vezes nos toca,

Mais a vida,

Sempre larga a gente,

No leito da morte.

Ricardo Sales.