Nasci ontem,
Hoje estou vivendo,
Passivo, a vida me ver passar,
E morrerei amanhã.
Bem de manhã,
Não haverá vozes,
Apenas o dia por fitar-me,
E o sol por aquecer-me.
Do silêncio, a arrogância,
Do último suspiro de um velho,
Que no alvoroço da despedida,
Viu-se moço.
Apenas a luz como testemunha,
E a alma como companhia,
Que logo órfão do meu corpo,
Este inerte, pra sempre ficará.
Caminharei solitário,
Por entre o véu das estrelas,
E minha revigorada silhueta,
As nuvens irão moldá-la.
Ricardo Sales.
Comentários
Viver é uma benção. Morrer não é um castigo, mas uma consequência. Belo poema! Bjs
Todos deixamos marcas na Vida. Na de todos, na do mundo inteiro.
Tem gente vivendo bem assim, passando pela vida ilusionado por coisas que não lhe levarão a lugar nenhum.
Parabéns pela obra, Ricardo.
Só vive uma vez. A morte é solitária. Obrigado pela leitura.