A cabana situava-se entre um arvoredo,
Vivíamos como duas pombas num pombal,
Unidos pela aliança que tínhamos no dedo,
E pelos lençóis da nossa cama de casal.
*
De manhã, erguia-mo-nos muito cedo,
Com o cantar de um lindo pardal,
Para cuidar da casa, e do nosso enxoval,
E ele lavrar a terra, e podar o vinhedo.
*
Éramos só nós dois, vai dai um belo dia,
Passou a primavera com muita alegria,
Como quem passa pela primeira vez.
*
Bateu à porta, entrou, ah! não me lembro bem!
Recordo-me que apenas ouvi a palavra Mãe,
Éramos só nós dois, e passámos a ser três.
*
Cristina Maria Ivens-29/12/2016
Comentários
Desnata-se as mais lindas palavras, arborizando os mais belos momentos onde a natureza é sentida pelo olhos do amor
José Carlos Ribeiro
Há uma singeleza que vai se delineando nos seus versos, Cristina, que nos surpreendemos com o que pode ser felicidade, em confronto com o que o mundo diz. Há também o acolhimento do lar, esse lugar para onde voltamos quando tudo o mais parece ameaçador. Esse poema é um colo a ninar!
Obrigada amigo Edvaldo, pelo seu caloroso comentário, beijinho.
Grata amiga Marsoalex, ficou linda a formatação, beijinho.
O bom mesmo é quando os casais de pombinhos encontram-se em cima do mesmo telhado. Com um sentimento de dedicação absoluta unindo-os, com o desejo ardente de viajar pelo mundo. Sua poesia já estar alojada no consciente de seus leitores. Abraços amiga Lusitana!
Grata amigo Sam, beijos!
Elaine, muito obrigada pela sua visita, beijinhos.