No furor
o ruído
o eco do software
O devaneio de um grito
reverberando no
castiçal dos silêncios
preenchendo a ressonância de
todo o meu hardwere
O frémito ruído
o desembaraçar do tempo
num sentimento cego
sem sossego, alvoraçado
soltando gemidos num
fluído de palavras esperneando
num putrificado dia desfasado
A mecânica dos silêncios
o verso bramindo na noite
calada
a sombra passageira onde
jaz a voz quieta
num rumor vagabundo
que agora até desinquieta
A caligrafia deslizando
no sepulcro do silêncio
O obcecado e astuto ruído
atrelado ao doce silvo
de um beijo deixado no
rodapé desta algazarra
onde se fez gritante o
sorriso ocluído
Resta o farfalhar
do Outono
O chorar mansinho das
horas e dos lamentos
extenuados
A madrugada se incrustando
entre estes versos sitiados
empurrando a maçaneta da
vida gemendo entreaberta
ao suave ninar dos silêncios
que quero somente perpetuar
Na prisão dos ventos uivantes
preencho cada hora minguando
no chinfrim de um sonho
martelando a noite numa arritmia
louca, festiva
engolindo uma gargalhada soando
límpida no tilintar da tempestade
batucando, vituperando nos disjuntores
da vida num curto-circuito
eléctrizando esta canção eclodindo emotiva
Frederico de Castro
Comentários
Que cada vez mais o Altíssimo alimente seus adágios, dando perfeição as suas poesias.
Versos empurrando a maçaneta da vida...amei cada linha. Imagens poéticas fortes, profundas. Parabéns, Fred! Boa semana para você. Abraços.
Dizem que o silêncio é de ouro, mais certas palavras valem como diamante. Lindo versar poeta Frederico. Abraços.
Parabéns, poeta amigo, você como sempre nos presenteou com belos versos, é admirável a sua forma de desenvolver o poema... Abraços, paz e Luz!!!
Uaau...nas madrugadas de nada, tentativas inúteis de eletrizar cada instante de puro existir.... lindo demais poeta, não sei se interpretei certo teus versos, mas foi o que senti... aplausos meus!