Às vezes… alguém
insurge-se entre nós
e a ténue nesga de tempo
feito cântico de alvorada
se reerguendo de enxurrada
Desperta vivificando
todos os sorrisos, curaticos
fluindo em cada migalha
eufórica de vida espairecendo
em nós, feliz….dissimulada
Às vezes…alguém
madruga connosco
ficando à mercê dos véus
da luz casta
passarinhando a vasta
faúlha do tempo onde
nos embrenhamos cuidadosamente
Às vezes…alguém
desabrocha em nós impetuosamente
mesclando todas as emoções
que sustentam o marulhar da vida
renascida milagrosamente
Às vezes…alguém
ascende à essência que
se dilui em nós
perfumando toda a identidade
onde tatuamos
alucinados cânticos de amor
trajados de cordialidade
Às vezes…alguém
atravessa nosso caminho
perscruta cada revelador
véu da noite
Deixando cavalgar
sem mais rédeas a pluma
do tempo onde selamos
com afagos
o silêncio rigoroso das manhãs
penetrando em cada eco
malandro
insólito
onde satisfeito me embriago
Às vezes…alguém
fecha as pálpebras à luz
inebriante, trancada
em nossas entranhas
Passeia todo o ser mártir
dopando até os dias
mais nostálgicos
onde espelhamos quase
em uníssono toda a flébil
palavra orbitando o olímpo
dos desejos insaciavelmente fantásticos
Frederico de Castro
Comentários
Um belo poema Frederico com belas construções poéticas. Parabéns e um feliz ano novo
Maravilhoso, além de bom, é belo demais.
Parabéns, novo amigo.
Feliz novo ano.
Beijos na alma.
Bem hajas.
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As vezes,
alguém aparece em nossas vidas
em silêncio, a devagar,
deixando um cheiro de bondade,
criatividade e e docura.
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As vezes,
acontece algúm milagre inesperado,
como conhecer e sentir a sensibilidade
de um poeta que espalha versos
com a grandeza de sua alma nua
e deixa marcas de ternura e sorrisos,
ajudándo-nos a voar e ter esperança.
.
As vezes,
toda nossa vida fica de repente ao invés,
mas sempre aparece uma mão amiga,
um raio de luz. Uma palavra oportuna...
Um "aqui estou" e vou-te ajudar no caminho,
aliviando nossa tortura, angustia e amargura.
.
As vezes
a vida nos surpreende.
Nada é estabelecido além do equilivrio.
Mas de todo apreendemos a sobreviver .
.
Nieves Merino Guerra
04 de janeiro de 2016
Mágico momento de inspiração este teu, poeta. Maravilhoso poema. Parabéns!