BUSCA

BUSCA

Dobrarei muitas esquinas
Com olhares de perfil,
Para me ver na perdida
Trilha do rastro pueril.

Pássaros do fim do mundo,
Cegos para flor e espinhos,
Irão como flecha e escudo
Abrindo-me os caminhos

Que meus olhos cumprirão
Como o sangue pelas veias
– Mas sem achar coração
E sem redentoras peias...

(E. Rofatto)

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E. Rofatto

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Comentários

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    • Grato, Nieves! É muito bom ter a apreciação dos amigos e administradores da Casa!

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    • Grato, Safira! Imagem poderosamente introspectiva em sintonia com o texto - como é a sua marca! 

  • A busca é eterna em nosso viver.  Se assim não fosse não teríamos sonhos.

    Lindo poema, caro poeta, onde me encontrei em vários versos e ouvindo a música, lembrei-me de minha infância onde via o passar da boiada, não ao lado de uma Palmeira, mas sim sobre um galho de mangueira, morrendo de medo da boiada e da altura da mangueira....kkk...mas era um medo delicioso de criança, que sonhava um dia alçar voos mais altos.

    E os pássaros do fim do mundo, me abriram os caminhos com flechas e escudo   e aqui estou eu no meio de gente tão bacana e culta, fazendo os meus poemas. Um dos sonhos realizados.

    Amei tudo, verso por verso, pois cada um, levou-me a um sonho.

    Parabéns e abçs poéticos de Veraiz Souza

    • É muito bom quando nos comunicamos através dos versos que escrevemos. O que você me contou das suas lembranças, Veraiz, minha amiga, é exatamente um espelho de muitos "causos" das minhas molecagens! 

      Por isso, por que fui tão feliz naqueles tempos, busco de novo e sempre o mesmo caminho (mas não sou mais um moleque...)

      Mas, se não fosse a busca, não teríamos sonhos! Você está certa!

      Obrigado pela visita, pela conversa, pelo compartilhamento! Acho que, por um momento, Veraiz, estivemos à sombra de uma mangueira...

    • Exatamente Edvaldo, parece que estivemos a conversar sob uma mangueira.

      Sabe, um dos dias mais felizes de minha vida, foi quando numa excursão com alunos em uma chácara, tendo lá muitos monitores, pude me deitar na relva sob Palmeiras e olhar para o azul do céu. Ali, esvaziei meu espírito de tudo, fiquei leve, poderia voar. Contei à minha amiga o que estava sentindo e ficamos por longos minutos em silêncio, ouvindo a Natureza. Depois a conversa fluiu, como num passe de mágica e podemos falar dessa BUSCA incessante da felicidade, da paz, do bem estar. Não precisava mais do que aquilo ali, uma sombra, a relva e o céu azul e aberto a nos mirar. Que saudades de uma conversa assim, sem medos e sem segredos, debaixo de uma mangueira, palmeira.....

      Eu quem lhe agradeço pela amável atenção e pela agradável conversa.

      Abçs poéticos

      Veraiz Souza

  • A busca de palavras deleitosas

    revestem a poesia num apelo excelso, mágico e tão redentor

    Lindo caro poeta

    FC

    • Grato, Frederico!  Tua visita também me deleitou, pois observaste a busca pelas melhores palavras para a composição do texto.  Minha próxima visita: a tua casa!

  • Penso que o homem vive assim, buscando, embora tenha o suficiente nunca está contente, muitas vezes se finge de completo, mas não para.

    Lindíssimo poema em redondilha maior, senti-me sentada numa noite enluarada debaixo de um pé-de-fruta-pão, com alguém dedilhando o violão e a música escoando pelo ar curtindo a paz e o murmúrio do vento namorando o beiral do telhado de palha. Pense no excelso momento.

    Parabéns Edvaldo.

    Destacado!

    • Grato pela leitura e pelo destaque, Edith! Uma alegria saber que meu texto levou você a sentar-se sob um pé-de-fruta-pão! E numa noite com lua, e música, e vento, e beiral! Acho que, por viver uma noite assim, depois da pausa, a busca continuaria por outras noites iguais a fim repetir esse "excelso momento".  

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CPP