Vou por esses caminhos
andando tímido
descalçando minhas tristezas
à fome
entre as esquinas dos afectos
gemidos, desertando acometidos
- Dou um click nos meus silêncios
implorando afeições que ladeiam
as mesmas prateleiras
onde guardo solenemente
as dores marchando resignadas
jazendo engaioladas num concílio
de vida tão procastinada
- Sucede o dia em prol
de tantas trevas evaporadas
na noite acantonada a mim
- Implora o esplendor da madrugada
onde eu te cante matinal
e num click
dissipe as neblinas áureas
que desmaiam junto à luz
mortiça e tão refinada
- Abro a cortina do tempo
e aconchego-me nos teus
mimos
festejando sob a janela
dos céus
o legítimo beijo ecoando
nos silêncios de um click
cantando madrugador
(im)previsível e tão arrebatador
- E de súbito entre o exílio
perturbador de tantos silêncios
deserto a alma na hora fugídia
que se apressa usurpadora
ouvindo a andar das ruas
entre o canto trovador perfilado
nas esquinas deste mundo
tão devastador
- Pensava eu bordar tua voz
nos ventos silvestres
costurar um poema
debruado em cada nuvem
chuviscando pelos
balaústres do tempo sumptuoso
onde sei
jamais me defenestres
o arquitectónico gesto
vagando no parapeito
da tua sensualidade
que em êxtase me apresso
todo te deglutindo satisfeito
num clik…infinito e quase perfeito
Frederico de Castro
Comentários
Parabéns pelos belos textos que tanto contribuem para o entendimento da poética.
Eita!
Chuva de metáforas barrocas demais num belo e grande poema de amor e entrega!
Parabéns
Beijos!
E de clics em clics costura-se um belo poema!!! Parabéns Frederico!!
Eu precisei de muitos cliques para ler e reler essa maravilha. Lindo! Bjs