Despedi-me dos desassossegos
deste tempo
Afagando o miudinho olhar semeado
Na eira dos ventos
Aceno ou despedida deixando na
Saudade o vestígio de uma lágrima
Ecoando persuadida
Como poderia eu
Iluminar-te a noite sombria que desponta
Nos corredores das melancolias
Se nem luz tenho que clareie o semblante
Da solidão relutante secundando tanta
Escuridão infiltrada um eco pujante qual
Embolia de desejos fecundos e exuberantes
Numa tentativa de alimentar o tempo
Refuguei-o em lume brando
Condimentando todos os afectos
Conzinhados no ego do meu
Silêncio onde reescrevo a ementa
Do amor assessorando cada manjar
De beijos arando um desejo invicto e esbelto
Como poderia eu
Deixar-te só um adeus insurrecto
Se meus lamentos agora vagueiam convictos
Sedimento daqueles abraços que
Morreram indigentes e obsoletos
Como poderia eu…
Como poderia eu…
Impregnar-me com teus perfumes se o
Vento os levou para outras paisagens
Regurgitando até a última lágrima que
Dividimos aguçando o ilustrado sonho
Desabitando aquele pincelado adeus absurdo
Que em cada momento ainda lembro e saúdo
Como poderia eu…
Frederico de Castro
Comentários
Só poderia ser você a escrever um magnífico poema como este. Bravíssimo! Bjs
Obrigado Marso. Meus votos
de dia feliz e em paz com muita poesia
FC
Grato Edith pela gentil comentário
Abraço e votos de dia feliz
FC
Parabéns, poeta amigo, como sempre um show de versos, poema lindo, magistral... Encantado... Abraços, paz e Luz!!!
Obrigado amigo
Bem hajas
FC
Com esse talento, você pode fazer tudo amigo FC, exuberante poema, abraços amigo.
Grato Ana Lúcia pela visita e gentileza
Abraço fraterno
FC