E agora...

E agora...

 

que te foste

 

fugindo pra longe de mim

 

onde todo o longe

 

é longe demais pra voltar...

 

Não mais  buscarei aquela

 

rima misteriosa

 

onde sei te libertavas

 

repleta de beijos tão evidentes em mim

 

 

 

E agora…

 

que o sol fugiu

 

da realidade espelhada

 

em nossos seres

 

pernoita-me em horas

 

de solidão tecidas

 

pela vidas constantemente

 

em fdesejos entristecida

 

 

 

E agora...

 

Existes tu apenas

 

em meu poema quase apátrida

 

Sê meu mundo original

 

mas sem pecados

 

Humaniza-te com verdades

 

supridas em cada gesto

 

irrigado de amor e cantos

 

eximidos na doçura de um olhar em pranto

 

 

 

E agora...

 

cobre-me apetecida

 

num manto de abraços

 

outrora desencontrados

 

Tranquiliza-me a fome

 

que te tenho e alimenta

 

Perscruta cada tatuagem

 

que chora e amanhece no fio da vida

em vadia
gem

 

 

Revigora-me

 

o ser enlouquecido

 

intimado a existir mesmo que proíbido

 

lentamente reverente

 

por entre as brumas que sossegam

 

as noites vagabundas…incandescentes

 

 

Cinge-me de conivências e conspirações

 

até aliviares minhas emoções

 

linguísticas

 

errando pelo mundo semântico

 

exprimindo-se dolorosa

 

no leito mortuário

 

onde te perdi desse jeito

 

quando me enlutei na solene

 

leveza da noite que fenece

 

em teu dócil estuário

 

 

 

Hoje carrego infinitamente em mim

 

casuais dias errando na caligrafia

 

do tempo…

 

tempo sem rumo nem imaginário

 

porque me perdi distraído

 

desarrumando o relicário

 

e os dias de eternidade

 

guardados num cenário de tempo

 

sem encontrar mais teu itinerário

 

…então…e agora?

 

Frederico de Castro

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