Foto: interior da casa de Cora Coralina - Museu Cora Coralina.
Enchente...
II
Alguns objetos espalhados...
Sobre a mesa das lembranças:
Tábuas escuras a esconderem cicatrizes
Profundas, grotescas, diria!
E um ziguezaguear de sensações, espreita.
Alguns objetos esparramados pelo chão...
Empoeirando lágrimas..., sufocadas a amiúde,
Que levantam e espantam medos.
Alguns objetos esquecidos na soleira...
E a chuva bate e rebate, tristezas.
Alguns objetos agora choram,
Mágoas e saudades...
E o vento, ah o vento!
Continua a contarolar...
Os meus segredos...
Um a um, espalhando-os,
Misturando-os sem desvelo.
Objetos, ventos e chuva...
Passeiam juntos sem medo.
Não sei se os guardo,
Não sei se os jogo a ermo!
Só sinto não tê-los,
Só sinto vê-los,
Tão longe assim,
Eles que representam,
Uma parte de mim!
Elzana Mattos
À Poetisa Cora Coralina (quando o seu casarão...
foi inundado por uma forte enchente em 10/01/2011).
Comentários
¡Qué lindaaaaaaaaaaaaa
Beijos
Sensibilidade a flor da pele, belíssima inspiração! Adoreiiiiiiiiiiiiiii! Bjs
Fiquei pensando em quem tem suas casas invadidas pela agua da chuva, o desespero de não conter a invasão é terrível. Parabéns!