Envelhecendo

Envelhecendo

O meu corpo envelheceu sem permissão
entrou no tempo, sem sequer bater à porta
não me abraçou, nem me quis dar a mão
agora sinto-me, velha, meia morta.

Vagueio triste, sem qualquer emoção
à procura do meu tempo perdido
perdi o andar, ausente de locomoção
coabito, em permanência comigo.

Um monólogo constante me enfarta
enfadonha, esta peça teatral
que me aborrece, dilui e me mata
queria ser o que eu era, tal e qual.

Levantava o mundo com as duas mãos
com grande arte e oficio
com a minha mente em comunhão
eu era apenas, fogo de artificio.

Cristina Ivens Duarte

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Cristina Ivens Duarte

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