Envelhecendo
O meu corpo envelheceu sem permissão
entrou no tempo, sem sequer bater à porta
não me abraçou, nem me quis dar a mão
agora sinto-me, velha, meia morta.
Vagueio triste, sem qualquer emoção
à procura do meu tempo perdido
perdi o andar, ausente de locomoção
coabito, em permanência comigo.
Um monólogo constante me enfarta
enfadonha, esta peça teatral
que me aborrece, dilui e me mata
queria ser o que eu era, tal e qual.
Levantava o mundo com as duas mãos
com grande arte e oficio
com a minha mente em comunhão
eu era apenas, fogo de artificio.
Cristina Ivens Duarte
Comentários
Somos sempre quem imaginamos ser... Muito lindo, Cristina! Bjs
.
Meu avô me dizia o envelhecimento é premio da nossa mocidade.
Grata amiga, bjinho
grata amiga, como hoje dia do beijo , deixei voar até aí mil beijooooos.
Grata FC, abraço.
Aplaudo e tiro o chapéu...