É assim
meu estado de graça
revivendo-te a cada hora
mílimetricamente estático
entre tua formosura dissimulada
ao longo da maciez impregnada
em cada perdão trajado de
apaziguamentos
embalsamando todos os olhares
que trazemos grávidos de elegâncias
afabilidades, céleres
e tão invulgares
É assim meu dicionário
de verbos inconstantes
de momentos atraentes
evaporando-se por entre
cada existência trazida até
ao indulto de um poema que
morre inexoravelmente
apaixonado
em cada perfeito e memorável
silêncio irreverente
É assim
que amiúde em todo
o tempo
te peço só um gesto
ou olhar esporádico de paixão
e deles façamos depois
desejos reicidentes
tão recorrentes
até ao mais ínfimo e fértil
sabor que deixamos tatuado
na voragem dos tempos
É assim que vejo
meus sonhos fitarem-te
ininterruptamente
É ali que se juntam
a mescla dos tempos
tacitamente abraçando-nos
reveladores
colorindo todos os
cenários e recantos desta
eternidade onde nos amámos
pormenorizadamente
Será assim
escrito neste dicionário
que me deslumbrei com palavras
espontâneas
que me nutri dos teus afagos
e raptei pra sempre aquela
universalidade no teu perfil
onde descanso as existências
que revivem paralelamente
pra sempre em nós…irremediavelmente
Frederico de Castro
Frederico de Castro
Comentários
Sem palavras Frederico. Um excelente poema.
Nossa, que beleça, poeta.
Muito belo.
Ja me repito muito, o sei...
Mas nem sei o que dizer diante de tanta mestria.
Gosto demais lir vocè.
Espectacular.
Abraços grandes.